segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

POESIA, POEMA, CANTO E CONTIGA



POEMA

Amazonas, expressão do meu viver.

 Por: Joao Lazaro Epifânio

Tu és esplendor que fulguras,
Demonstra teus ares num tom de alvura.
A canção de tuas brenhas mais tenebrosas,
É sentida no teu seio tão temido!
E o barulho perene das águas, destemido. 
Contrasta com a sinfonia suave das aves fogosas.

O cheiro fresco e inconfundível a contento
Das árvores fagueiras beijadas pelo vento
E os encantos e mistérios que encerras
Faz-te grandioso, fascinante e cobiçado.
És um cenário perfeito que foi esboçado        
Para abrigar e nutrir muitos seres e feras.

Envolvidos e agasalhados em teu ventre                
E sobre as sombras de tuas árvores sempre,               
Cantos, vozes, ruídos e murmúrios!
São por ti harmonizados em eterna sintonia,
Orquestrada pelas inúmeras espécies em harmonia                            
Que expressam sons melodiosos e augúrios.                 

Pasmem todos com teus encantos,     
Pois encerras em teu seio maternal tantos,                                      
Que inebria a contemplação latente                                                                                                       
E fascina com tuas belezas numa avidez tamanha
Quem observa a verdura da flora estranha
E o sonoroso canto dos pássaros num ar contente.

És farto de matas, água e seres,
Um ambiente ainda com muitos afazeres.
O rumor de suas águas embala os matos
Pelo vai e vem das canoas
Parecendo uma dança ou música que ecoa
Na imensidão dos rios e lagos desfilam os barcos.

Os povos são afeitos ao ritmo da floresta
Não fogem a rotina, não contestam.
Aceitam os assombros com brio
São povos guerreiros que se acercam de paz
Protetores do meio, destruidores jamais,
Adentram as matas com sol, chuva ou frio.

Em teu seio encontram seu quinhão:
São frutas, sementes, raízes retiradas do chão,
Peixes ou vegetais que supre os desejos.
Prodígios da terra, plantas e seus verdores,
Os povos na lida, mostram seus valores
No esforço desmedido durante os ensejos.

Terra de sonhos, de cores singelas,
És fulgurante entre as mais belas!
Expressa ternura, medo e terror.
Dita o ritmo da vida dos teus inquilinos
Às vezes abatida por instintos ferinos,
Mas sempre desponta majestosa com vigor.

Amazonas caboclo, mulato e pardo,
O teu céu enfeitado de luzes enaltece o teu garbo
O revoar dos pássaros de cores sutis.
Enfeitam as tardes belas de tom dourado
Enquanto se despe do manto azulado
E repousa na noite de estrelas num clima feliz.

Exalto-te, majestoso, pura expressão do viver,
Oxalá! Teus encantos jamais fenecer,
Honrosa de ares sereno em tua inocência
Estremece quando sofre as cruéis ações
Quando te ferem com a amarga função
De transforma-te em devasta existência. 

REFLEXOS 
Ando nas asas do tempo,
Debruçado em sua mente,
Parecendo um brinquedo
Sem malícia e sem medo
Sinto e vida caminhar.

As vezes como cobaia,
Nessa odisseia triste;
Onde o pensamento insiste
Num instante te encontrar...


Sendo assim não vou saber como estás;
Se sou apenas um brinquedo                         Bis
E pra satisfazer seus medos,
Tenho sempre que voar.

E nessa odisseia louca
Quase tudo é virtual,
Mesmo sendo tão real...
E essa voz tão rouca
Que ecoa do seu lado;

É tão perto e tão distante;
São reflexos de um instante,
De tudo o que você fez;
E que repete outra vez...
O pensamento alado.

Sendo assim não vou saber como estás;
Se sou apenas um brinquedo                               Bis
E pra satisfazer seus medos,
Tenho sempre que voar.

As vezes como cobaia,
Nessa odisseia triste;
Onde o pensamento insiste

Num instante te encontrar...

O Canto que Encanta

O canto de quem canta encanta,
Encanta porque canta,
E o canto que encanta, encanta a alma,
Encanta a vida, encanta e acalma.

O canto que encanta é o canto que canta,
A voz doce do canto encanta,
O ambiente se enche de alegria,
Alegria que irradia.

O canto que canta encanta,
Porque quem canta encanta,
Pois, o canto é sublime na essência,
Diverte e suaviza a consciência.

O canto encanta até quem canta,
Porque quem canta encanta.
O canto é perfeito, é sincero,
Esse canto que tanto quero.

Encanta e canta o canto que canta,
Canta, canta e encanta,
O encanto é a cantiga do rio,
Das águas, do vento, o assobio.
                             ( J.L.E.)
POESIA CRÍTICA
Podia ser assim? Seguindo ideologias, de quem subtrai sem pudor!
 Ao algoz: pena. Ao oprimido: o amor.
É preciso utopias que alimentem o viver, corromper é a regra, cartilha do poder.
Caminhos, incertezas de um novo amanhecer, noite sombria, até quando você?
Destrói os sonhos, fantasias e age com furor. Mesmo assim, em vagos instantes, credito na força do amor.
Tempos moderno, cálculos e guerras... se faz, apesar de ser um entre muitos ainda acredito na paz!
Um novo amanhecer, desperte as pessoas que se amam e coloque em seu peito a amor, amor pra valer.
As mentes embebidas de afeto mergulhem no lago do amor, pois onde ele estiver lá também eu estou.
As mentes mesquinhas subtraem sem pudor! Ao algoz: pena: ao oprimido: o amor, pois onde ele estiver lá também eu estou.
Caminhos, incertezas de um novo amanhecer, noites vazias, luzes ao longe, só é possível vê, com os olhos do amor, pois onde ele estiver lá também eu estou... 
POEMA
A luz dos seus olhos clareia minha vida
Descanso minhas tristezas em seu doce sorriso
Do toque de suas mãos fiz meu abrigo
Sua voz a canção que nina minha alma
Como navegando sobre a brisa do mar
Sinto seus beijos aos poucos me dominar
Como um pássaro ao voar em sua liberdade
Sinto-me em seus braços aconchegado
Morro a cada segundo que de ti fico separado
Quando te encontro o sangue agita nas veias
Coração bate com ternura descompassada
Porque meus olhos estão vendo minha querida
Fica mais um pouco minha adorada princesa
Faz do seu coração minha eterna morada
Porque em meu coração tu és minha realeza.

O QUE É AMAR
Poema
Amar é o amor que perdura
É o fogo abrasando os anseios
Aguça o querer em nós
E leva a devaneios.
Es amor, es paixão,
Es loucura, es desejo,
Entre todas as mulheres,
É só você que vejo.

Teu amor é o que me faz viver,
Alimenta minha ‘alma
Nutre o meu corpo
E me faz crescer.
Pensar em você
É sublime, é felicidade.
É sentir dentro em mim:
Desejos profundos,
Amor e ardente saudade.

Contemplar o teu corpo,
Faz-me sentir no céu,
Há! Quem me dera, agora!
Provar os teus lábios de mel.
É delírio de ver teu corpo natural,
É encanto, desejos, sem fim.
Te mar é sentir emoções,
É sentir prazer em mim!

Amar é sentir teu corpo...
Que me faz encantar
Teu sorriso é magia,
Tua voz é ternura a me sussurrar.
Amar é abrir os olhos
E te ver ao acordar
Tocá-la, acariciar, sentir teu calor.
 E olhar no teu olhar.

                                            Autor: J. L. E.

POEMA SINGELO
Ó, tu que incendeia-me: es bela,
Formosa como as estrelas no céu,
Singela como a Lua, numa linda aquarela.
Es doce, es sublime, radiante de sorrisos,
Esbelta, exalas o perfume das flores,
Tens no teu corpo a beleza dos lírios.

Es tu, sempre tu, que afagas os sonhos,
Num gesto de amor, fazendo nascer,
Um novo ser, com ares risonhos.
Ó diva amável, sem par, sem igual.
Encerras em teu corpo singelo,
Doçura, desejos de forma especial.

O sorriso! Há!... Que sorriso tu tens!
Lindo, belo, irradiante, deslumbra,
Acalma, suaviza e faz bem.
É mister, contemplar tão linda que es,
Do fundo d’alma, com toda atenção,
Admirar tudo, da cabeça aos pés.

Es tu, sempre tu, que abrasas o desejo,
Dos sonhos mais lindos!
Es tu, sempre tu, que vejo.
Es a mais bela rosa do jardim,
Nasceu do encanto das fadas!
Na fértil terra do Reino Sem fim.

Semblante singelo, delicado, atesto,
Es tu, sempre tu, doce amada,
Que admiro e contemplo, confesso.
                               Autor: Joao L. Epifanio
POEMA

Tens a luz das estrelas, o encanto das águas,
Tua voz, melodia, suave e singela.
Fascina minha ‘alma, acalma e cala, quando se revela.
Es canção, es doçura, es mistério, es felicidade.
Es vida, es eterna, es fascinação, es saudade.
Faz do teu coração minha eterna marada.
Es princesa, minha realeza,
Só por amar-te minha adorada.
Teu sorriso encanta, teus olhos clareiam,
Teu corpo, por mãos divina esculpido.
Teu rosto, um aspecto divino de semblante suave,
Expressando um ar que acalma os sentidos.
Em tua baca exala o perfume dos sorrisos.
Teu corpo encerra a geografia perfeita,
Com curvas suaves, onde tuas belas mãos deslizam,
Quando se banha, quando se perfuma, quando se veste,
Revelando o amor, a doçura, o encanto das fadas.
Tens a pele suave, sedosa, singela, sem igual,
É perfeita de um aspecto real,
Parte de um corpo escultural.
Tuas mãos, um lenço de dez pontas,
Macios, envolto em tua pele,
Que encerra-se encantos tantos.
Assim, es tu, adorável figura,
Cheia de Encantos e beleza,
Suavidade e formosura.
Em fim, es tu uma diva, criação divina.
Seus olhos, duas estrelas,
Que iluminam as noites escuras.
Que belos, que formosos são.
Tua voz melodiosa e teus encantos tantos,
São belos a todo o momento.
Compõem as constelações do firmamento.

Autor: João Lazaro Epifânio

POEMA 


Ó, tu que incendeia-me: es bela,


Formosa como as estrelas no céu,


Singela como a Lua, numa linda aquarela.


Es doce e sublime, radiante de sorrisos,


Esbelta, exalas o perfume das flores,


Tens no teu corpo a beleza dos lírios.


Es tu, sempre tu, que afagas os sonhos,


Num gesto de amor, fazendo nascer,


Um novo ser, com ares risonhos.


Ó diva amável, sem par, sem igual.


Encerras em teu corpo singelo,


Doçura,  desejos de forma especial.


O sorriso! Há!... Que sorriso tu tens!


Lindo, belo, irradiante, deslumbra,


Acalma, suaviza e faz bem.


É mister, contemplar tão linda que es,


Do funda da alma, com toda atenção,


Admirar tudo, da cabeça aos pés.


Es tu, sempre tu, que abrasas o desejo,


Dos sonhos mais lindos!


Es tu, sempre tu, que vejo.


Es a mais bela rosa do jardim,


Nasceu do encanto das fadas!


Na fértil terra do Reino Sem fim.


Semblante singelo, delicado, atesto,


Es tu, sempre tu, doce amada,


Que admiro e contemplo, confesso.


 Autor: Joao L. Epifanio

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sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

UM MUNDO CAÓTICO COM POUCAS PERSPECTIVAS

A grande maioria das ações humanas não condizem com o que pregam ou defendem os discursos daqueles que representam os governos, as instituições e os poderes do Estado. Nesse primeiro quartel do século XXI, as crises das principais instituições do Estado, mostram a fragilidade do sistema que, acunharam de “democrático”, sobretudo nos países emergentes ou pobre, além do mais a banalização da violência e da corrupção bem como a defesa dos interesses particulares impera na cúpula do poder.
Ainda que as manifestações sociais, órgãos de direitos humanos e organizações não governamentais se coloquem a favor da sociedade na busca pela igualdade e pelo desenvolvimento de políticas sociais os governos resistem, pensam apenas em manter seus privilégios e dos grupos que representam. Para se manter no poder vale tudo: fazer leis que os beneficie, associar-se a grupos econômicos com o fim especifico de assaltar os cofres públicos, indicar apadrinhados para ocupar cargos no governo, favorecer empresas doadoras de campanhas políticas, receber vantagens ilícitas e propina. Oprimir, alienar e enganar com falsos discursos as camadas menos favorecidas da sociedade, que são os que mais trabalham para sustentar o Estado, mas também os que mais sofrem com a miséria, violência, pobreza, falta de acesso aos serviços públicos, como saúde, educação, saneamento, desigualdade econômica entre outras mazelas impostas pelos governos.
Ademais, são as decisões políticas que definem os planos econômicos e índices salariais. Determinam também a exploração dos recursos naturais e, consequentemente a devastação do planeta. As ações humanas são, também, responsáveis pelas catástrofes ambientais onde quem sofre as maiores consequências são as populações mais pobres. Associado a tudo isso está a violência que chegou ao extremo, perdeu o controle. A vida, esse milagre de Deus nesse clima de barbárie, não tem valor. Matar banalizou ao ponto de alguns que pertencem ao poder, achar normal como se tirar a vida seja algo de direito.    
Nos tempos atuais assistimos à passagem de um período marcado pela barbárie da barbárie, um mundo desumano, onde os que deveriam zelar pela proteção da vida se contentam em destruí-la ou simplesmente permitir e patrocinar o extermínio humano. Colocam o dinheiro acima de tudo e de todos. Criaram sua própria lei: a das vantagens em tudo, de realizar seus intentos a qualquer custo, sem se preocupar a quem prejudicam, matam ou causam ruinas.
Outra situação caótica diz respeito a corrupção que envolve quase todas as instituições do Estado, somando-se a isso a vista grossa da justiça sobre uma grande parcela dos atos corruptos, principalmente para os políticos chegar ou se manter no poder. Usam toda espécie de artimanhas, protelação, arranjos e acordos vantajosos. As noções de respeito, bom senso, caráter, humanismo e honestidade não fazem parte do ideário da grande maioria da classe política, esta última – a honestidade- é até motivo de “chacota”, deboche para quem a tem como princípio. Corromper, se esquivar, desviar o foco e negar veementemente parece ser a regra.
Nesse contexto o que vemos e assistimos são discursos vazios, recheado de descalabros, agressivos e justificativos. Atacam para se defenderem, generalizam e apontam para o outro. Infelizmente a evolução tecnológica e científica não despertou no ser humano um sentimento humanístico. Vivemos os horrores do individualismo, do desrespeito a vida, do logro pelo logro, da corrupção pela corrupção, da barbárie extrema onde o dinheiro e as práticas perversas estão à frente de tudo.
Diante de tudo isso, o direito à cidadania é negado as pessoas honestas que trabalham e sem ter a quem recorrer (autoridades públicas) assistem a luta constante pelo poder entre os que comandam os governos. As ações humanas diferem daquilo que pregam em seus discursos. A crise das instituições parece que deram a tônica dos projetos de governo, a fragilidade das velhas estruturas está ruindo a uma velocidade considerável, mas poucos notam. A corrupção e a defesa dos privilégios, a banalização da violência e a busca pelo poder cegam os que se julgam poderosos, no entanto a ganancia os destrói. Os direitos democráticos são negados aos menos favorecidos, essa assertiva é tão verdadeira que torna-se um imperativo para a luta por direitos e igualdade. Embora prevista em lei a cidadania esbarra nas velhas estruturas a ponto de não chegar a grande maioria das sociedades. No atual contexto as mudanças e transformações foram sentidas em quase todos os âmbitos da vida humana, menos na mentalidade da classe política que ainda vivem presos aos ideários da Idade Antiga, Média ou Moderna.
Por J. L. E.




sábado, 19 de novembro de 2016

O Homem e suas Fraquezas para Realizar seus Intentos

Existe uma frase que diz: “Mentes pequenas discutem pessoas, mentes medianas discutem eventos, mentes grandes discutem ideias”, (autor desconhecido). Pode ser que essa frase não se enquadre em várias situações, mas em muitos casos ela resume muito bem o comportamento de muitas pessoas.
Analisando alguns discursos políticos e suas práticas, observa-se que muitos se encantam com tais discursos e com as práticas alienatórias dos corruptos, aproveitando-se da ignorância, ingenuidade e boa-fé das pessoas se vestem de ovelhas, mas na verdade são lobos devoradores. A esses, inescrupulosos e corruptos, podemos acrescentar ainda as “mentes medíocres”, insanas que não discutem nada, vivem sobre as sombras do mal. São mentes ridículas, neuróticas, acometidas pelo mal da corrupção, da ganancia e do logro.
São mentes que ajuntam multidões ávidas para convencer as pessoas a ajudarem a colocar em prática suas ideias perversas, através de um discurso manipulador. São pessoas que alimentam o mal em seus corações. Pessoas como Hitler, Nero, Herodes e tantos outros que ficaram conhecidos na história por causa dos seus planos diabólicos e hoje encontram muitos simpatizantes e adeptos de suas ideias medíocres.
Atualmente, ainda se verifica a existência, apesar das experiências dos registros históricos sobre o extermínio e o genocídio de milhões de pessoas, indivíduos com mentes privilegiadamente medíocres e desumanas. São essas mentes mentirosas, falsas, traidoras, infames e pervertidas que contribuem favoravelmente com as grandes mazelas e obstáculos para o desenvolvimento da sociedade. São uma espécie de câncer social.
São ideias, ações e atitudes que surgem como formas mágicas para a solução dos problemas do mundo, mas na verdade são responsáveis pelas catástrofes sociais: miséria, pobreza, violência, guerras, intolerância, ódio, discriminação, racismo e que, contribuem para o baixo índice do desenvolvimento humano, entre outros maus igualmente nocivos a sociedade.
Constata-se que o mundo atual está impregnado de “mentes pequenas”, que concorrem na contramão do desenvolvimento intelectual, mas que tem muito efeito nas outras mentes, as quais são propensas a incluir-se no projeto de manipulação da inescrupulosidade das atitudes dos que se consideram “espertos” o suficiente para iludir.
É notório o prazer estampado no semblante de quem cogita a trama do mal. Se expõe ao ridículo para satisfazer o ego numa escala extrema de ações planejadas e premeditadas, vingança e atitudes medíocres. Sua satisfação é enganar para se dá bem. Mas, e o que pensam em receber como recompensa? Certamente o reconhecimento do mau pelo mal que é corromper para fraudar, subverter e oprimir. Ou será que esperam receber o bem praticando o mal? Talvez!
A ganancia, a insensatez, a manipulação, a “compra ou a troca”, enfim, a prática da maldade cega o ser humano e o impede que não veja o que os outros (as pessoas de bem) veem. Muitos seres humanos parecem encarar as ações pífias como deleite: debocham, riem, se regozijam, se encantam como se fossem absolutas... O desprezo pelo outro satisfaz o ego dos medíocres, das “mentes pequenas”. Diante de tudo isso, vale lembrar que todo ser humano nasce igual, mas o que o transforma? Não seria o meio em que se desenvolveu? A frase bíblica, “Diga-me com quem andas e te direi quem és!”. Se tornou clássica a nossos pais quando eles queriam nos afastar da má influência das companhias.
Há pessoas possuídas pelo mal e que tem um grande poder de sedução, pelo fato de que dominar, oprimir, comandar e subjugar fascina as “mentes pequenas, isto é, medíocres”. Então disseminar o ódio, a discórdia e pregar a violência proporciona prazer, maior do que fazer o bem, pois é próprio da natureza humana. Portanto as mazelas do mundo foram criadas, disseminadas e alimentadas pelo homem que, guiado pelo mal entregou sua alma para servir aos caprichos do mal.

sexta-feira, 10 de junho de 2016

Poder e Ganancia

Desde os tempos mais primórdios quando o homem ainda não havia construído mecanismos para criar e estabelecer formas de organização social, reger a organização política sob a forma de governo dentro de um estado nacional o desejo de poder já povoava as mentes dos seres humanos. Inicialmente o poder era conseguido a partir da posse da terra, época em que a ideia de moeda de troca ainda não tinha surgido como critério único de atividade comercial e de forma de dominação. A posse da terra foi conseguida através de fatores como, estiagens prolongadas, enchentes, frios intensos que levaram ao insucesso de colheitas causando a perda de áreas cultiváveis e a miséria de muitos e tornando-os dependentes daqueles que tiveram êxito em suas colheitas.
Durante muito tempo a posse da terra era tida como critério de poder, principalmente no período medieval, uma forma de uns se sobreporem aos outros dominando-os, era uma forma de concentração de poder nas mãos de poucos.
Com o passar do tempo foram sendo construídos e reconstruídos novos conhecimentos a medida em que iam surgindo novas necessidades tanto de caráter político quanto social, produtivo e econômico, assim como o trabalho em grupo e, ainda, a definição de tarefas por sexo. Definição dos papeis do homem e da mulher nas sociedades conforme suas culturas e concepções. Nesse cenário surge a escrita, ou seja, formas de transmitir ideias através de desenhos e símbolos representando o que se queria transmitir. Era a escrita cuneiforme.
A escrita, por exemplo, foi uma dessas necessidades advinda da prática comercial, é a partir dela que se criam e recriam, normas, regras, leis, transmissão e construção de conhecimentos do homem para o homem, com o fim especifico de dominação tanto pela prática comercial quanto pelo poder intelectual. E assim, foi possível desenvolver novas ideias, as quais foram escritas permitindo que pudessem ser ler lidas por outras pessoas que reformularam e, até a tomaram como base para novas teorizações, tornando o conhecimento mais dinâmico, difundido, aceito e como modelo ou padronização do pensamento de um povo ou sociedade, ou seja, os governos criaram ideias e difundiram entre as pessoas de um mesmo território, no sentido de que todos pudessem pensar mais ou menos da mesma forma, denominada de cultura de um povo, consolidada por meio das chamadas obras canônicas.
Nesse contexto devem ser incluídos, também, as teorias de classificação, quais sejam: discriminação, preconceito e a eugenia racial responsável pelo processo de branqueamento e pela seleção física e mental da população.
É nesse contexto que surgem as ideias econômicas e trazem junto uma série de leis e regras orquestradas por concepções subversivas, opressoras, excludentes e afunilantes. A criação de uma moeda de troca única, aceita por todos de um mesmo território, expandiu a atividade comercial e criou as condições necessárias para a produção de bens de consumo. Inicialmente na forma artesanal e manufatureira, depois com o evento da revolução industrial, na forma de produção em série. O consumo levou ao aumento da produção e a consequente intensificação da circulação de produtos pelos quatro cantos do mundo. Os povos ou estados que conseguiram acumular mais capital (acumulação de bens) conseguiram dominar o comercio mundial, enquanto que as regiões mais pobres ficaram totalmente dependentes das mais ricas.
É nesse contexto que o mundo de divide entre centros produtores e  centros fornecedores de produtos manufaturados ou industrializados concentrando, dessa forma, a riqueza e o poder nas mãos de poucos e tomando muitos por escravos e centros fornecedores de matéria prima e de mão-de-obra. Isso criou um campo fértil para a criação de mecanismos de defesa de vários povos contra os menos desenvolvidos, do ponto vista tecnológico, e de acumulação de bens.
Criaram também mecanismos de classificação dos povos a partir de sua própria cultura, o exemplo mais evidente é o eurocentrismo, que ajudou a justificar a escravidão, a exploração colonial e, mais tarde, o colonialismo, bem como o capitalismo e o imperialismo.
Os resultados desses processos foram as guerras, os conflitos dentro de um mesmo território (guerras civis) que dizimaram grande parte das populações, criaram barreiras para o desenvolvimento de muitos povos em todos os aspectos, o apoio a formação de regimes ditatoriais instalados nos países menos desenvolvidos a fim de defender os interesse dos países ricos, a fome, a miséria, os massacres e as catástrofes naturais resultantes do processo de devastação das florestas, exploração mineral e emissão de gases poluentes na atmosfera.
Transformaram algumas região do planeta em depósitos de descarte de materiais, como várias regiões da África, da América e da Ásia, ou seja, a exploração do subsolo, a devastação das florestas e a emissão de gases na atmosfera produziram efeitos irreversíveis nos diversos biomas destruindo a paisagem natural, exterminando espécies e dificultando a vida humana nos mais diversos pontos do planeta, tudo em nome da ganancia, do lucro e do poder econômico na disputa pela hegemonia mundial.
Atualmente vive-se um período de instabilidade e incertezas quanto ao que pode ocorrer, em termos de desastres ambientais, como aumento da temperatura, diminuição da água doce, desertificação, extinção de espécies animais e vegetais entre outros. Isso exige dos seres, tanto humanos quanto animais, uma readaptação ao ambiente e nesse processo muitas espécies certamente vão desaparecer, outras irão encontrar muita dificuldade para se adaptares as novas condições de vida imposta aos seres pelo meio ambiente. Diante de toda essa iminente e real ameaça pergunta-se: valeu a pena tanta destruição? O homem tem condições de reverter todo o mau que causou ao planeta? A destruição continuará até o último suspiro do planeta? E o ser humano, onde fica nessa história? Vai suportar todas essas alterações? O poder dos ricos, adquiridos através da exploração, devastação, ceifação de vidas irá livrá-los de serem atingidos igualmente aos demais que habitam o planeta? Certamente não, se estiverem vivos provarão do seu próprio “veneno” e sofrerão as consequências de suas ações. Se não contribuiu para ampliar as condições de vida e o bem estar social de que valeu a pena tudo isso?
São esses questionamentos que nos fazem refletir sobre o porquê de tanta destruição, tanta opressão, tanta ganancia pelo poder e as diversas forma de dominação criadas e colocadas em prática pelo homem. Atualmente vive-se momentos que parecem irreversíveis: violência, fome, alterações climáticas, alastramento de doenças não transmissíveis, modismos que se espalham e contaminam rapidamente milhões e milhões de pessoas em todo mundo, individualismo e a desumanização cada vez mais acentuada do ser humano. O desenvolvimento da tecnologia da comunicação afastou fisicamente as pessoas e promoveu uma nova forma de contato, um novo modelo de relação em que o indivíduo, solitariamente, está conectado vinte e quatro horas em um mundo virtual impregnado de vícios e armadilhas escondidos atrás dos mais diversos tipos de informação, teorias, doutrinas e filosofias criadas para apresentar um mundo alegórico e fantasioso, supérfluo apenas para justificar as narrativas que sustentam teorias fundamentadas nas concepções de prosperidade e de uma vida colorida.
Chegamos a um ponto em que o todo não basta, é preciso o “tudo”. E para chegar ao “tudo” é válido qualquer artificio, técnica, manobra, barganha e acordos entre grupos confidentes que partilham do bolo sujo com o sangue alheio, impregnado das mais repugnantes formas de opressão. Como se as instituições estivessem numa concorrência entre si disputando o monopólio da corrupção.
No palco do teatro da corrupção, da subversão, dos privilégios, do descaso e da negação dos direitos os atores encenam peças dramáticas, comedias, tragédias e até mesmo humor onde demonstram seus sacrifícios pelo “povo”, sua preocupação em defender os interesses do “povo” dos quais demanda o poder. São encenações teatralizadas que impressionam e, de fato, fazem com a maioria credite no que assistem ilusoriamente. Infelizmente são apenas representações teatrais e como tais, fictícias, sem sustentação, por isso não se cumprem e nem se realizam, pois são entretenimento e diversão para os atores que comandam o país, se divertem com a população manipulando e negando a ela os direitos. Então fica a pergunta: Valeu a pena destruir, oprimir, subverter, escravizar e subtrair em nome do poder e do lucro? As muitas experiências humanas tem demonstrado que as formas de opressão, de dominação e de escravidão desenvolvidas pelo homem só resultaram em guerras, rebeliões, conflitos e a insatisfação da sociedade, que sem perspectiva e sem ter nada a perder, luta por seus direitos.
Todo esse passado de opressão, de negação de direitos, de defesa dos privilégios e de manutenção do poder levaram o país a mergulhar numa crise sem precedentes a qual chegou a um ponto insustentável. A crise foi se generalizando e impregnando as principais instituições políticas e econômicas recriando e/ou criando, ou até mesmo, aperfeiçoando a chamada cultura da corrupção orquestrada pela cúpula do poder.
Portanto, o atual contexto requer reformulação, reflexão profunda sobre o mundo que queremos reconstruir, a sociedade que se quer formar, o sistema educacional igual para todos e federalizado, um governo transparente fiscalizado pela sociedade e uma lei que funcione para todos, não apenas para os mais fracos que não podem se defender.    

Por: Joao L. Epifânio.