Pequenos gestos.
É curioso observar como a vida nos
oferece resposta aos mais variados questionamentos do cotidiano...
Vejamos:
A mais longa caminhada só é possível
passo a passo...
O mais belo livro do mundo foi escrito
letra por letra...
Os milênios se sucedem, segundo a
segundo...
As mais violentas cachoeiras se formam
de pequenas fontes...
A imponência do pinheiro e a beleza ipê
começaram ambas na simplicidade das sementes...
Não fosse a gota e não haveria chuvas...
O mais singelo ninho se fez de pequenos
gravetos e a mais bela construção não se teria efetuado senão a partir do
primeiro tijolo...
As imensas dunas se compõem de
minúsculos grãos de areia...
Como já refere o adágio popular, nos
menores frascos se guardam as melhores fragrâncias...
É quase incrível imaginar que apenas
sete notas musicais tenham dado vida à "Ave Maria", de Bach, e à
"Aleluia", de Hendel...
O brilhantismo de Einstein e a ternura
de Tereza de Calcutá tiveram que estagiar no período fetal e nem mesmo Jesus,
expressão maior de Amor, dispensou a fragilidade do berço...
... Assim também o mundo de paz, de
harmonia e de amor com que tanto sonhamos só será construído a partir de
pequenos gestos de compreensão, solidariedade, respeito, ternura, fraternidade,
benevolência, indulgência e perdão, dia a dia..
Ninguém pode mudar o mundo, mas podemos
mudar uma pequena parcela dele: esta parcela que chamamos de "Eu".
Não é fácil nem rápido...
Mas vale a pena tentar! Sorria!!!
Autor desconhecido
Pequeno Conto Chinês
Conta-se que por volta do ano 250 A .C, na China antiga, um
príncipe da região norte do país, estava às vésperas de ser coroado imperador,
mas, de acordo com a lei, ele deveria se casar. Sabendo disso, ele resolveu
fazer uma "disputa" entre as moças da corte ou quem quer que se
achasse digna de sua proposta.
No dia seguinte, o príncipe anunciou que
receberia, numa celebração especial, todas as pretendentes e lançaria um
desafio. Uma velha senhora, serva do palácio há muitos anos, ouvindo os
comentários sobre os preparativos, sentiu uma leve tristeza, pois sabia que sua
jovem filha nutria um sentimento de profundo amor pelo príncipe.
Ao chegar em casa e relatar o fato a
jovem, espantou-se ao saber que ela pretendia ir à celebração, e indagou
incrédula:
- Minha filha, o que você fará lá?
Estarão presentes todas as mais belas e ricas moças da corte. Tire esta ideia
insensata da cabeça; eu sei que você deve estar sofrendo, mas não torne o
sofrimento uma loucura.
E a filha respondeu:
Não, querida mãe, não estou sofrendo e
muito menos louca, eu sei que jamais poderei ser a escolhida, mas é minha
oportunidade de ficar pelo menos alguns momentos perto do príncipe, isto já me
torna feliz.
À noite, a jovem chegou ao palácio. Lá
estavam, de fato, todas as mais belas moças, com as mais belas roupas, com as
mais belas jóias e com as mais determinadas intenções. Então, inicialmente, o
príncipe anunciou o desafio:
Darei a cada uma de vocês, uma semente.
Aquela que, dentro de seis meses, me trouxer a mais bela flor, será escolhida
minha esposa e futura imperatriz da China.
A proposta do príncipe não fugiu as
profundas tradições daquele povo, que valorizava muito a especialidade de
"cultivar" algo, sejam costumes, amizades, relacionamentos, etc... O
tempo passou e a doce jovem, como não tinha muita habilidade nas artes da
jardinagem, cuidava com muita paciência e ternura a sua semente, pois sabia que
se a beleza da flor surgisse na mesma extensão de seu amor, ela não precisava
se preocupar com o resultado. Passaram-se três meses e nada surgiu. A jovem
tudo tentara, usara de todos os métodos que conhecia, mas nada havia nascido.
Dia após dia ela percebia cada vez mais
longe o seu sonho, mas cada vez mais profundo o seu amor. Por fim, os seis
meses haviam passado e nada havia brotado. Consciente do seu esforço e
dedicação a moça comunicou a sua mãe que, independente das circunstâncias
retornaria ao palácio, na data e hora combinadas, pois não pretendia nada além
de mais alguns momentos na companhia do príncipe. Na hora marcada estava lá,
com seu vaso vazio, bem como todas as outras pretendentes, cada uma com uma
flor mais bela do que a outra, das mais variadas formas e cores. Ela estava
admirada, nunca havia presenciado tão bela cena.
Finalmente chega o momento esperado e o
príncipe observa cada uma das pretendentes com muito cuidado e atenção. Após
passar por todas, uma a uma, ele anuncia o resultado e indica a bela jovem como
sua futura esposa. As pessoas presentes tiveram as mais inesperadas reações. Ninguém
compreendeu porque ele havia escolhido justamente aquela que nada havia
cultivado. Então, calmamente o príncipe esclareceu:
- Esta foi a única que cultivou a flor
que a tornou digna de se tornar uma imperatriz. A flor da honestidade, pois
todas as sementes que entreguei eram estéreis.
Se para vencer, estiver em jogo a sua
honestidade, perca. Você será sempre um Vencedor.
Autor desconhecido
Pedro e seu machado
Pedro, um lenhador, após um grande
trabalho em uma área de desmatamento, se viu desempregado. Após tanto tempo
cortando árvores, entrou no corte! A madeireira precisou reduzir custos...
Saiu, então, à procura de nova
oportunidade de trabalho. Seu tipo físico, porém, muito franzino, fugia
completamente do biotipo de um lenhador. Além disso, o machado que carregava
era desproporcional ao seu tamanho. Aqueles que conheciam Pedro, entretanto,
julgavam-no um ótimo profissional.
Em suas andanças, Pedro chegou a uma
área reflorestada que estava começando a ser desmatada. Apresentou-se ao
capataz da madeireira como um lenhador experiente. E ele o era! O capataz, após
um breve olhar ao tipo miúdo do Pedro e, com aquele semblante de selecionador implacável,
foi dizendo que precisava de pessoas capazes de derrubar grandes árvores, e não
de "catadores de gravetos".
Pedro, necessitando do emprego,
insistiu. Pediu que lhe fosse dada uma oportunidade para demonstrar sua
capacidade. Afinal, ele era um profissional experiente! Com relutância, o
capataz resolveu levar Pedro à área de desmatamento. E só fez isso pensando que
Pedro fosse servir de chacota aos demais lenhadores. Afinal, ele era um
fracote...
Sob os olhares dos demais lenhadores,
Pedro se postou frente a uma árvore de grande porte e, com o grito de
"madeira", deu uma machadada tão violenta que a árvore caiu logo no
primeiro golpe. Todos ficaram atônitos!
Como era possível tão grande habilidade
e que força descomunal era essa, que conseguira derrubar aquela grande árvore
numa só machadada? Logicamente, Pedro foi admitido na madeireira. Seu trabalho
era elogiado por todos, principalmente pelo patrão, que via em Pedro uma fonte
adicional de receita.
O tempo foi passando e, gradativamente,
Pedro foi reduzindo a quantidade de árvores que derrubava. O fato era
incompreensível, uma vez que Pedro estava se esforçando cada vez mais.
Um dia, Pedro se nivelou aos demais.
Dias depois, encontrava-se entre os lenhadores que menos produziam... O capataz
que, apesar da sua rudeza, era um homem vivido, chamou Pedro e o questionou
sobre o que estava ocorrendo. "Não sei", respondeu Pedro, "nunca
me esforcei tanto e, apesar disso, minha produção está decaindo".
O capataz pediu, então, que Pedro lhe
mostrasse o seu machado. Quando o recebeu, notando que ele estava cheio de
"dentes" e sem o "fio de corte", perguntou ao Pedro:
"Por que você não afiou o machado?".
Pedro, surpreso, respondeu que estava
trabalhando muito e por isso não tinha tido tempo de afiar a sua ferramenta de
trabalho. O capataz ordenou que Pedro ficasse no acampamento e amolasse seu
machado. Só depois disso ele poderia voltar ao trabalho. Pedro fez o que lhe
foi mandado.
Quando retornou à floresta, percebeu que
tinha voltado à forma antiga conseguia derrubar as árvores com uma só
machadada.
A lição que Pedro recebeu cái como uma
luva sobre muitos de nós, preocupados em executar nosso trabalho ou, pior
ainda, julgando que já sabemos tudo o que é preciso, deixamos de "amolar o
nosso machado", ou seja, deixamos de atualizar nossos conhecimentos.
Sem saber por que, vamos perdendo
posições em nossas empresas ou nos deixando superar pelos outros. Em outras
palavras, perdemos a nossa potencialidade.
Muitos avaliam a experiência que possuem
pelos anos em que se dedicam àquilo que fazem. Se isso fosse verdade, aquele
funcionário que aprendeu, em 15 minutos, a carimbar os documentos que lhe
chegam às mãos, depois de 10 anos na mesma atividade poderia dizer que tem 10
anos de experiência. Na realidade, tem 15 minutos de experiência repetida
durante dez anos.
A experiência não é a repetição monótona
do mesmo trabalho, e sim a busca incessante de novas soluções, tendo coragem de
correr riscos que possam surgir. É "perder tempo" para afiar o nosso
machado.
Autor desconhecido