sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

UM MUNDO CAÓTICO COM POUCAS PERSPECTIVAS

A grande maioria das ações humanas não condizem com o que pregam ou defendem os discursos daqueles que representam os governos, as instituições e os poderes do Estado. Nesse primeiro quartel do século XXI, as crises das principais instituições do Estado, mostram a fragilidade do sistema que, acunharam de “democrático”, sobretudo nos países emergentes ou pobre, além do mais a banalização da violência e da corrupção bem como a defesa dos interesses particulares impera na cúpula do poder.
Ainda que as manifestações sociais, órgãos de direitos humanos e organizações não governamentais se coloquem a favor da sociedade na busca pela igualdade e pelo desenvolvimento de políticas sociais os governos resistem, pensam apenas em manter seus privilégios e dos grupos que representam. Para se manter no poder vale tudo: fazer leis que os beneficie, associar-se a grupos econômicos com o fim especifico de assaltar os cofres públicos, indicar apadrinhados para ocupar cargos no governo, favorecer empresas doadoras de campanhas políticas, receber vantagens ilícitas e propina. Oprimir, alienar e enganar com falsos discursos as camadas menos favorecidas da sociedade, que são os que mais trabalham para sustentar o Estado, mas também os que mais sofrem com a miséria, violência, pobreza, falta de acesso aos serviços públicos, como saúde, educação, saneamento, desigualdade econômica entre outras mazelas impostas pelos governos.
Ademais, são as decisões políticas que definem os planos econômicos e índices salariais. Determinam também a exploração dos recursos naturais e, consequentemente a devastação do planeta. As ações humanas são, também, responsáveis pelas catástrofes ambientais onde quem sofre as maiores consequências são as populações mais pobres. Associado a tudo isso está a violência que chegou ao extremo, perdeu o controle. A vida, esse milagre de Deus nesse clima de barbárie, não tem valor. Matar banalizou ao ponto de alguns que pertencem ao poder, achar normal como se tirar a vida seja algo de direito.    
Nos tempos atuais assistimos à passagem de um período marcado pela barbárie da barbárie, um mundo desumano, onde os que deveriam zelar pela proteção da vida se contentam em destruí-la ou simplesmente permitir e patrocinar o extermínio humano. Colocam o dinheiro acima de tudo e de todos. Criaram sua própria lei: a das vantagens em tudo, de realizar seus intentos a qualquer custo, sem se preocupar a quem prejudicam, matam ou causam ruinas.
Outra situação caótica diz respeito a corrupção que envolve quase todas as instituições do Estado, somando-se a isso a vista grossa da justiça sobre uma grande parcela dos atos corruptos, principalmente para os políticos chegar ou se manter no poder. Usam toda espécie de artimanhas, protelação, arranjos e acordos vantajosos. As noções de respeito, bom senso, caráter, humanismo e honestidade não fazem parte do ideário da grande maioria da classe política, esta última – a honestidade- é até motivo de “chacota”, deboche para quem a tem como princípio. Corromper, se esquivar, desviar o foco e negar veementemente parece ser a regra.
Nesse contexto o que vemos e assistimos são discursos vazios, recheado de descalabros, agressivos e justificativos. Atacam para se defenderem, generalizam e apontam para o outro. Infelizmente a evolução tecnológica e científica não despertou no ser humano um sentimento humanístico. Vivemos os horrores do individualismo, do desrespeito a vida, do logro pelo logro, da corrupção pela corrupção, da barbárie extrema onde o dinheiro e as práticas perversas estão à frente de tudo.
Diante de tudo isso, o direito à cidadania é negado as pessoas honestas que trabalham e sem ter a quem recorrer (autoridades públicas) assistem a luta constante pelo poder entre os que comandam os governos. As ações humanas diferem daquilo que pregam em seus discursos. A crise das instituições parece que deram a tônica dos projetos de governo, a fragilidade das velhas estruturas está ruindo a uma velocidade considerável, mas poucos notam. A corrupção e a defesa dos privilégios, a banalização da violência e a busca pelo poder cegam os que se julgam poderosos, no entanto a ganancia os destrói. Os direitos democráticos são negados aos menos favorecidos, essa assertiva é tão verdadeira que torna-se um imperativo para a luta por direitos e igualdade. Embora prevista em lei a cidadania esbarra nas velhas estruturas a ponto de não chegar a grande maioria das sociedades. No atual contexto as mudanças e transformações foram sentidas em quase todos os âmbitos da vida humana, menos na mentalidade da classe política que ainda vivem presos aos ideários da Idade Antiga, Média ou Moderna.
Por J. L. E.