A
grande maioria das ações humanas não condizem com o que pregam ou defendem os
discursos daqueles que representam os governos, as instituições e os poderes do
Estado. Nesse primeiro quartel do século XXI, as crises das principais
instituições do Estado, mostram a fragilidade do sistema que, acunharam de “democrático”,
sobretudo nos países emergentes ou pobre, além do mais a banalização da
violência e da corrupção bem como a defesa dos interesses particulares impera
na cúpula do poder.
Ainda
que as manifestações sociais, órgãos de direitos humanos e organizações não
governamentais se coloquem a favor da sociedade na busca pela igualdade e pelo
desenvolvimento de políticas sociais os governos resistem, pensam apenas em
manter seus privilégios e dos grupos que representam. Para se manter no poder
vale tudo: fazer leis que os beneficie, associar-se a grupos econômicos com o
fim especifico de assaltar os cofres públicos, indicar apadrinhados para ocupar
cargos no governo, favorecer empresas doadoras de campanhas políticas, receber
vantagens ilícitas e propina. Oprimir, alienar e enganar com falsos discursos
as camadas menos favorecidas da sociedade, que são os que mais trabalham para
sustentar o Estado, mas também os que mais sofrem com a miséria, violência,
pobreza, falta de acesso aos serviços públicos, como saúde, educação, saneamento,
desigualdade econômica entre outras mazelas impostas pelos governos.
Ademais,
são as decisões políticas que definem os planos econômicos e índices salariais.
Determinam também a exploração dos recursos naturais e, consequentemente a
devastação do planeta. As ações humanas são, também, responsáveis pelas
catástrofes ambientais onde quem sofre as maiores consequências são as
populações mais pobres. Associado a tudo isso está a violência que chegou ao
extremo, perdeu o controle. A vida, esse milagre de Deus nesse clima de
barbárie, não tem valor. Matar banalizou ao ponto de alguns que pertencem ao
poder, achar normal como se tirar a vida seja algo de direito.
Nos
tempos atuais assistimos à passagem de um período marcado pela barbárie da
barbárie, um mundo desumano, onde os que deveriam zelar pela proteção da vida
se contentam em destruí-la ou simplesmente permitir e patrocinar o extermínio
humano. Colocam o dinheiro acima de tudo e de todos. Criaram sua própria lei: a
das vantagens em tudo, de realizar seus intentos a qualquer custo, sem se
preocupar a quem prejudicam, matam ou causam ruinas.
Outra
situação caótica diz respeito a corrupção que envolve quase todas as
instituições do Estado, somando-se a isso a vista grossa da justiça sobre uma
grande parcela dos atos corruptos, principalmente para os políticos chegar ou
se manter no poder. Usam toda espécie de artimanhas, protelação, arranjos e
acordos vantajosos. As noções de respeito, bom senso, caráter, humanismo e
honestidade não fazem parte do ideário da grande maioria da classe política,
esta última – a honestidade- é até motivo de “chacota”, deboche para quem a tem
como princípio. Corromper, se esquivar, desviar o foco e negar veementemente
parece ser a regra.
Nesse
contexto o que vemos e assistimos são discursos vazios, recheado de
descalabros, agressivos e justificativos. Atacam para se defenderem, generalizam
e apontam para o outro. Infelizmente a evolução tecnológica e científica não
despertou no ser humano um sentimento humanístico. Vivemos os horrores do
individualismo, do desrespeito a vida, do logro pelo logro, da corrupção pela
corrupção, da barbárie extrema onde o dinheiro e as práticas perversas estão à
frente de tudo.
Diante
de tudo isso, o direito à cidadania é negado as pessoas honestas que trabalham
e sem ter a quem recorrer (autoridades públicas) assistem a luta constante pelo
poder entre os que comandam os governos. As ações humanas diferem daquilo que
pregam em seus discursos. A crise das instituições parece que deram a tônica
dos projetos de governo, a fragilidade das velhas estruturas está ruindo a uma
velocidade considerável, mas poucos notam. A corrupção e a defesa dos
privilégios, a banalização da violência e a busca pelo poder cegam os que se julgam
poderosos, no entanto a ganancia os destrói. Os direitos democráticos são
negados aos menos favorecidos, essa assertiva é tão verdadeira que torna-se um
imperativo para a luta por direitos e igualdade. Embora prevista em lei a
cidadania esbarra nas velhas estruturas a ponto de não chegar a grande maioria
das sociedades. No atual contexto as mudanças e transformações foram sentidas
em quase todos os âmbitos da vida humana, menos na mentalidade da classe
política que ainda vivem presos aos ideários da Idade Antiga, Média ou Moderna.
Por J.
L. E.