Minha Terra, Meu Lar
Tu
és esplendor que fulguras,
Demonstra
teus ares num tom de alvura.
A
canção de tuas brenhas mais tenebrosas,
É
sentida no teu seio tão temido!
E
o barulho perene das águas, destemido.
Contrasta
com a sinfonia suave das aves fogosas.
O
cheiro fresco e inconfundível a contento
Das
árvores fagueiras beijadas pelo vento
E
os encantos e mistérios que encerras
Faz-te
grandioso, fascinante e cobiçado.
És
um cenário perfeito que foi esboçado
Para
abrigar e nutrir muitos seres e feras.
Envolvidos
e agasalhados em teu ventre
E
sobre as sombras de tuas árvores sempre,
Cantos,
vozes, ruídos e murmúrios!
São
por ti harmonizados em eterna sintonia,
Orquestrada
pelas inúmeras espécies em harmonia
Que
expressam sons melodiosos e augúrios.
Pasmem
todos com teus encantos,
Pois
encerras em teu seio maternal tantos,
Que
inebria a contemplação latente
E
fascina com tuas belezas numa avidez tamanha
Quem
observa a verdura da flora estranha
E
o sonoroso canto dos pássaros num ar contente.
És
farto de matas, água e seres,
Um
ambiente ainda com muitos afazeres.
O
rumor de suas águas embala os matos
Pelo
vai e vem das canoas
Parecendo
uma dança ou música que ecoa
Na
imensidão dos rios e lagos desfilam os barcos.
Os
povos são afeitos ao ritmo da floresta
Não
fogem a rotina, não contestam.
Aceitam
os assombros com brio
São
povos guerreiros que se acercam de paz
Protetores
do meio, destruidores jamais,
Adentram
as matas com sol, chuva ou frio.
Em
teu seio encontram seu quinhão:
São
frutas, sementes, raízes retiradas do chão,
Peixes
ou vegetais que supre os desejos.
Prodígios
da terra, plantas e seus verdores,
Os
povos na lida, mostram seus valores
No
esforço desmedido durante os ensejos.
Terra
de sonhos, de cores singelas,
És
fulgurante entre as mais belas!
Expressa
ternura, medo e terror.
Dita
o ritmo da vida dos teus inquilinos
Às
vezes abatida por instintos ferinos,
Mas
sempre desponta majestosa com vigor.
Amazonas
caboclo, mulato e pardo,
O
teu céu enfeitado de luzes enaltece o teu garbo
O
revoar dos pássaros de cores sutis.
Enfeitam
as tardes belas de tom dourado
Enquanto
se despe do manto azulado
E
repousa na noite de estrelas num clima feliz.
Exalto-te,
majestoso, pura expressão do viver,
Oxalá!
Teus encantos jamais fenecer,
Honrosa
de ares sereno em tua inocência
Estremece
quando sofre as cruéis ações
Quando
te ferem com a amarga função
De
transforma-te em devasta existência.
Autor: João Lázaro Epifanio