segunda-feira, 31 de março de 2014

POEMA MINHA TERRA, MEU LAR



Minha Terra, Meu Lar

Tu és esplendor que fulguras,
Demonstra teus ares num tom de alvura.
A canção de tuas brenhas mais tenebrosas,
É sentida no teu seio tão temido!
E o barulho perene das águas, destemido. 
Contrasta com a sinfonia suave das aves fogosas.

O cheiro fresco e inconfundível a contento
Das árvores fagueiras beijadas pelo vento
E os encantos e mistérios que encerras
Faz-te grandioso, fascinante e cobiçado.
És um cenário perfeito que foi esboçado        
Para abrigar e nutrir muitos seres e feras.

Envolvidos e agasalhados em teu ventre                
E sobre as sombras de tuas árvores sempre,               
Cantos, vozes, ruídos e murmúrios!
São por ti harmonizados em eterna sintonia,
Orquestrada pelas inúmeras espécies em harmonia                            
Que expressam sons melodiosos e augúrios.                 

Pasmem todos com teus encantos,     
Pois encerras em teu seio maternal tantos,                                      
Que inebria a contemplação latente                                                                                                       
E fascina com tuas belezas numa avidez tamanha
Quem observa a verdura da flora estranha
E o sonoroso canto dos pássaros num ar contente.

És farto de matas, água e seres,
Um ambiente ainda com muitos afazeres.
O rumor de suas águas embala os matos
Pelo vai e vem das canoas
Parecendo uma dança ou música que ecoa
Na imensidão dos rios e lagos desfilam os barcos.

Os povos são afeitos ao ritmo da floresta
Não fogem a rotina, não contestam.
Aceitam os assombros com brio
São povos guerreiros que se acercam de paz
Protetores do meio, destruidores jamais,
Adentram as matas com sol, chuva ou frio.

Em teu seio encontram seu quinhão:
São frutas, sementes, raízes retiradas do chão,
Peixes ou vegetais que supre os desejos.
Prodígios da terra, plantas e seus verdores,
Os povos na lida, mostram seus valores
No esforço desmedido durante os ensejos.

Terra de sonhos, de cores singelas,
És fulgurante entre as mais belas!
Expressa ternura, medo e terror.
Dita o ritmo da vida dos teus inquilinos
Às vezes abatida por instintos ferinos,
Mas sempre desponta majestosa com vigor.

Amazonas caboclo, mulato e pardo,
O teu céu enfeitado de luzes enaltece o teu garbo
O revoar dos pássaros de cores sutis.
Enfeitam as tardes belas de tom dourado
Enquanto se despe do manto azulado
E repousa na noite de estrelas num clima feliz.

Exalto-te, majestoso, pura expressão do viver,
Oxalá! Teus encantos jamais fenecer,
Honrosa de ares sereno em tua inocência
Estremece quando sofre as cruéis ações
Quando te ferem com a amarga função
De transforma-te em devasta existência. 


Autor:  João Lázaro Epifanio