terça-feira, 24 de julho de 2018

REFLEXÕES SOBRE CONHECER E EXPLICAR OS FENÔMENOS


REFLEXÕES SOBRE CONHECER E EXPLICAR OS FENÔMENOS
Por: Joao Lazaro Epifânio
O conhecimento se constrói e se reconstrói a medida que a sociedade se transforma e evolui, do ponta de vista tecnológico, cultural, econômico, ideológico etc. As transformações fazem surgir novas necessidades e estas precisam ser satisfeitas, em função das exigências da sociedade a partir de uma matriz intelectual, no contexto das produções humanas. Sofismando o homem tenta explicar, como forma de dá satisfação as exigências intelectuais, á inaplicabilidade dos fenômenos.
O conhecimento humano busca dar explicações sobre o que já passou, pois só é possível conhecer o que já ocorreu, e o que passou é estático, não se pode mudar nem explicar em toda sua profundidade, por isso é superficial, incompleto. O presente é dinâmico, está em constante transformação e não é possível conhece-lo em sua essência e o futuro ainda nem chegou, é imprevisível, não é possível conhece-lo e nem tampouco explicá-lo, apenas prevê-lo, hipoteticamente e, as previsões nem sempre se confirmam e, portanto são refutáveis e, em última instancia, inexplicáveis.
Nesse sentido o conhecimento é vago, se baseia no que já passou a partir de uma matriz metodológica e procedimental, numa escala limitada e esgotável para o ser humano, ao passo que suas limitações se confirmam quando descobre que o conhecimento extraído do objeto é, por vias da capacidade humana, limitado, visto que segue um padrão metodológico e conceitual regido pela ciência como regra básica para os procedimentos de produção do conhecimento.
Seguindo essa ótica, não é difícil entender que as explicações sobre os seres vivos é ainda mais vaga, pois a imprevisibilidade destes torna o conhecimento ainda mais limitado. Isso ocorre pelo dinamismo que lhes é nato: as verdades de hoje não servem para a amanhã, pelo fato de que o processo mutável de transformação é incessante. Estão em constante processo de transformação, seja físico, mental, biológico, psicológico, psíquico, comportamental em fim, não é possível conhecê-lo em toda a sua complexidade exterior e interior, principalmente interior, devido suas características instáveis. Daí a inviabilidade da tecedura de uma explicação totalmente plausível e cabal, principalmente por seguir um rigor científico procedimental.
Sendo assim, o explicável é na verdade inexplicável por não satisfazer as inquietações e indagações que povoam a mente humana, nem tampouco fornecer totalmente todas as informações do objeto, sujeito ou fenômeno. A capacidade do homem em explicar os fenômenos não atinge a amplitude dos questionamentos que emergem da curiosidade humana. O desejo de satisfação perpassa a capacidade do homem de formular perguntas e dá respostas cabais. Surge então uma nova dúvida que, por sua vez, formula novas perguntas e, com estas, surge a necessidade da busca de novas respostas.
Sob essa ótica, é cabível afirmar que nem as ciências físicas nem as ciências sociais conseguem alcançar explicações totalmente plausíveis que possam garantir o conhecimento pleno de um fenômeno, seja ele físico ou social, principalmente o social, pois este é mais dinâmico que o físico e está em constante processo de transformação. Se observarmos a relação entre os conhecimentos produzidos pela ciência e os fenômenos físicos e sociais identificamos algumas dicotomias. Isso ocorre em função das limitações humanas em entender e explicar a essência do objeto ou mesmo o seu comportamento e/ou funcionamento de todos os seus processos.
Percebe-se que as contradições entre as explicações cientificas e o conhecimento empírico tem pouca discrepância, visto que as experiências e as observações caminham na mesma direção. A diferença é que o conhecimento cientifico baseia-se no experimento, enquanto que o conhecimento empírico baseia-se na observação e na experiência. Porém, o conhecimento cientifico depende do empírico e este da experiência, que por sua vez, constrói a sabedoria popular. Alguns falseamentos do conhecimento empírico dar-se pela falta de observação dos postulados que envolve o objeto do conhecimento. Já o conhecimento científico se preocupa com a observação e experimentação cuidadosa e minuciosa dos postulados que governam os fenômenos.
Assim o conhecimento cientifico, fornece as explicações dos fenômenos a partir de uma rigorosa e minuciosa análise do objeto de conhecimento, com o mais alto grau possível de objetividade, visando desvencilhar-se de qualquer vínculo subjetivo, norteado pela imparcialidade. Portanto, as explicações dos fenômenos não são absolutas, dependem de antecipações intuitivas e/ou dedutivas, observação, experimento para então extrair o conhecimento e, este conhecimento extraído, tendo em vista os resquícios da subjetividade e das limitações da capacidade humana em atingir o conhecimento pleno é, na maioria das vezes, superficial. Isso em função do imbricamento das partes que formam o todo, não dando margem para que se chegue a sua essência ou essências, pois cada objeto de conhecimento é composto por uma complexidade de elementos com funções especificas no funcionamento do organismo.
Portanto, o conhecimento é construído e reconstruído para satisfazer as exigências das indagações da sociedade a partir das transformações desta dentro de um contexto, visando não destoar o conhecimento das transformações sociais, ideológicas, políticas, culturais, econômicas, avanços tecnológicos e conceituais frente as demandas que emergem em todas as áreas da atuação humana.
É diante disso que se aprofundam a busca pelo conhecimento numa perspectiva de promover o incentivo a novas pesquisas. Tal conhecimento é compartilhado na internet, na televisão – na forma de comerciais, propaganda, revistas, periódicos, artigos, livros, e-books etc. – para que a sociedade tenha acesso.
Assim, as informações atendem aos interesses de grupos específicos, geralmente oligarquias com influência nas principais instituições e órgãos estatais, cada um utilizando-se de discursos que representem a ideologia da instituição constituindo-se, dessa forma, numa prática capitalista da informação.
Nesse ínterim, as pesquisas trouxeram grande contribuição às explicações de fenômenos até então ainda obscuros, ampliando os conhecimentos sobre os mais variados aspectos físicos e sociais. Porém, ainda longe de se esgotar, as explicações para a maioria dos fenômenos ainda são vagas, inexplicáveis, não conhecível, dada as limitações da capacidade humana em entender, por isso sofismam tendo em vista que as explicações não são cabalmente plausíveis e, portanto, inconclusivas e inexplicáveis na complexidade do objeto de conhecimento.