terça-feira, 24 de julho de 2018

REFLEXÕES SOBRE CONHECER E EXPLICAR OS FENÔMENOS


REFLEXÕES SOBRE CONHECER E EXPLICAR OS FENÔMENOS
Por: Joao Lazaro Epifânio
O conhecimento se constrói e se reconstrói a medida que a sociedade se transforma e evolui, do ponta de vista tecnológico, cultural, econômico, ideológico etc. As transformações fazem surgir novas necessidades e estas precisam ser satisfeitas, em função das exigências da sociedade a partir de uma matriz intelectual, no contexto das produções humanas. Sofismando o homem tenta explicar, como forma de dá satisfação as exigências intelectuais, á inaplicabilidade dos fenômenos.
O conhecimento humano busca dar explicações sobre o que já passou, pois só é possível conhecer o que já ocorreu, e o que passou é estático, não se pode mudar nem explicar em toda sua profundidade, por isso é superficial, incompleto. O presente é dinâmico, está em constante transformação e não é possível conhece-lo em sua essência e o futuro ainda nem chegou, é imprevisível, não é possível conhece-lo e nem tampouco explicá-lo, apenas prevê-lo, hipoteticamente e, as previsões nem sempre se confirmam e, portanto são refutáveis e, em última instancia, inexplicáveis.
Nesse sentido o conhecimento é vago, se baseia no que já passou a partir de uma matriz metodológica e procedimental, numa escala limitada e esgotável para o ser humano, ao passo que suas limitações se confirmam quando descobre que o conhecimento extraído do objeto é, por vias da capacidade humana, limitado, visto que segue um padrão metodológico e conceitual regido pela ciência como regra básica para os procedimentos de produção do conhecimento.
Seguindo essa ótica, não é difícil entender que as explicações sobre os seres vivos é ainda mais vaga, pois a imprevisibilidade destes torna o conhecimento ainda mais limitado. Isso ocorre pelo dinamismo que lhes é nato: as verdades de hoje não servem para a amanhã, pelo fato de que o processo mutável de transformação é incessante. Estão em constante processo de transformação, seja físico, mental, biológico, psicológico, psíquico, comportamental em fim, não é possível conhecê-lo em toda a sua complexidade exterior e interior, principalmente interior, devido suas características instáveis. Daí a inviabilidade da tecedura de uma explicação totalmente plausível e cabal, principalmente por seguir um rigor científico procedimental.
Sendo assim, o explicável é na verdade inexplicável por não satisfazer as inquietações e indagações que povoam a mente humana, nem tampouco fornecer totalmente todas as informações do objeto, sujeito ou fenômeno. A capacidade do homem em explicar os fenômenos não atinge a amplitude dos questionamentos que emergem da curiosidade humana. O desejo de satisfação perpassa a capacidade do homem de formular perguntas e dá respostas cabais. Surge então uma nova dúvida que, por sua vez, formula novas perguntas e, com estas, surge a necessidade da busca de novas respostas.
Sob essa ótica, é cabível afirmar que nem as ciências físicas nem as ciências sociais conseguem alcançar explicações totalmente plausíveis que possam garantir o conhecimento pleno de um fenômeno, seja ele físico ou social, principalmente o social, pois este é mais dinâmico que o físico e está em constante processo de transformação. Se observarmos a relação entre os conhecimentos produzidos pela ciência e os fenômenos físicos e sociais identificamos algumas dicotomias. Isso ocorre em função das limitações humanas em entender e explicar a essência do objeto ou mesmo o seu comportamento e/ou funcionamento de todos os seus processos.
Percebe-se que as contradições entre as explicações cientificas e o conhecimento empírico tem pouca discrepância, visto que as experiências e as observações caminham na mesma direção. A diferença é que o conhecimento cientifico baseia-se no experimento, enquanto que o conhecimento empírico baseia-se na observação e na experiência. Porém, o conhecimento cientifico depende do empírico e este da experiência, que por sua vez, constrói a sabedoria popular. Alguns falseamentos do conhecimento empírico dar-se pela falta de observação dos postulados que envolve o objeto do conhecimento. Já o conhecimento científico se preocupa com a observação e experimentação cuidadosa e minuciosa dos postulados que governam os fenômenos.
Assim o conhecimento cientifico, fornece as explicações dos fenômenos a partir de uma rigorosa e minuciosa análise do objeto de conhecimento, com o mais alto grau possível de objetividade, visando desvencilhar-se de qualquer vínculo subjetivo, norteado pela imparcialidade. Portanto, as explicações dos fenômenos não são absolutas, dependem de antecipações intuitivas e/ou dedutivas, observação, experimento para então extrair o conhecimento e, este conhecimento extraído, tendo em vista os resquícios da subjetividade e das limitações da capacidade humana em atingir o conhecimento pleno é, na maioria das vezes, superficial. Isso em função do imbricamento das partes que formam o todo, não dando margem para que se chegue a sua essência ou essências, pois cada objeto de conhecimento é composto por uma complexidade de elementos com funções especificas no funcionamento do organismo.
Portanto, o conhecimento é construído e reconstruído para satisfazer as exigências das indagações da sociedade a partir das transformações desta dentro de um contexto, visando não destoar o conhecimento das transformações sociais, ideológicas, políticas, culturais, econômicas, avanços tecnológicos e conceituais frente as demandas que emergem em todas as áreas da atuação humana.
É diante disso que se aprofundam a busca pelo conhecimento numa perspectiva de promover o incentivo a novas pesquisas. Tal conhecimento é compartilhado na internet, na televisão – na forma de comerciais, propaganda, revistas, periódicos, artigos, livros, e-books etc. – para que a sociedade tenha acesso.
Assim, as informações atendem aos interesses de grupos específicos, geralmente oligarquias com influência nas principais instituições e órgãos estatais, cada um utilizando-se de discursos que representem a ideologia da instituição constituindo-se, dessa forma, numa prática capitalista da informação.
Nesse ínterim, as pesquisas trouxeram grande contribuição às explicações de fenômenos até então ainda obscuros, ampliando os conhecimentos sobre os mais variados aspectos físicos e sociais. Porém, ainda longe de se esgotar, as explicações para a maioria dos fenômenos ainda são vagas, inexplicáveis, não conhecível, dada as limitações da capacidade humana em entender, por isso sofismam tendo em vista que as explicações não são cabalmente plausíveis e, portanto, inconclusivas e inexplicáveis na complexidade do objeto de conhecimento.        

quinta-feira, 30 de novembro de 2017

O ANDAR

A forma como as pessoas andam diz muito sobre suas características, seu modo de ser, sua personalidade, seus pensamentos, suas emoções, seu comportamento, desejos e até o status social, entre outras referências observáveis. O andar de uma pessoal denuncia ou revela muito de si.
É possível conhecer não só elementos externos, como aspectos físicos, estéticos, higiênicos, financeiros, ideológicos, religiosos e estilo de vida, mas também um pouco das características referentes a valores éticos e morais, bem como um pouco de sua personalidade. Cada andar é único, traz uma identidade a qual identifica o ser humano em uma sociedade. Ninguém anda de forma igual, é como as digitais.
Assim, é possível observar o andar firme, o andar alegre, o andar preocupado, o andar melancólico, o andar dançante, o andar vaidoso, o andar debochado, o andar sereno, a andar tranquilo, o nadar resignado, o andar triste, o andar de superioridade, o andar elegante, o andar sofrido, o andar tímido, o andar fraterno, o andar dócil, o andar comovente, o andar de vitória, o andar de perda, o andar de glória.
Tem ainda o andar violento, o andar de trama, o andar observador, o andar malandro, o andar mané, o andar cabisbaixo, o andar sagaz, o andar de espreita, o andar de fadiga, o andar fagueiro, o andar de angústia. Assim, os andares dizem muito sobre as pessoas, é possível conhecer algumas características, sem fazer pré-julgamento ou carregar-se de preconceitos de uma pessoa e de sua vida, caráter, comportamentos, etc.
O andar é, portanto, uma das formas de maior expressão das características de uma pessoa a partir do mundo em que vive. Observa-se no andar os mais íntimos sentimentos, os valores éticos e morais, laços étnicos e culturais.

Através do andar é possível fazer uma leitura das características de uma pessoa, tanto dos aspectos mais superficiais até os mais profundos com uma probabilidade razoável de emitir preconceitos. No entanto, é necessário uma observação acurada, sem malicia e despida de quaisquer elementos preconceituosos.

quarta-feira, 30 de agosto de 2017

PARABOLAS

Pequenos gestos.
É curioso observar como a vida nos oferece resposta aos mais variados questionamentos do cotidiano...
Vejamos:
A mais longa caminhada só é possível passo a passo...
O mais belo livro do mundo foi escrito letra por letra...
Os milênios se sucedem, segundo a segundo...
As mais violentas cachoeiras se formam de pequenas fontes...
A imponência do pinheiro e a beleza ipê começaram ambas na simplicidade das sementes...
Não fosse a gota e não haveria chuvas...
O mais singelo ninho se fez de pequenos gravetos e a mais bela construção não se teria efetuado senão a partir do primeiro tijolo...
As imensas dunas se compõem de minúsculos grãos de areia...
Como já refere o adágio popular, nos menores frascos se guardam as melhores fragrâncias...
É quase incrível imaginar que apenas sete notas musicais tenham dado vida à "Ave Maria", de Bach, e à "Aleluia", de Hendel...
O brilhantismo de Einstein e a ternura de Tereza de Calcutá tiveram que estagiar no período fetal e nem mesmo Jesus, expressão maior de Amor, dispensou a fragilidade do berço...
... Assim também o mundo de paz, de harmonia e de amor com que tanto sonhamos só será construído a partir de pequenos gestos de compreensão, solidariedade, respeito, ternura, fraternidade, benevolência, indulgência e perdão, dia a dia..
Ninguém pode mudar o mundo, mas podemos mudar uma pequena parcela dele: esta parcela que chamamos de "Eu".
Não é fácil nem rápido...
Mas vale a pena tentar! Sorria!!!
Autor desconhecido
Pequeno Conto Chinês
Conta-se que por volta do ano 250 A.C, na China antiga, um príncipe da região norte do país, estava às vésperas de ser coroado imperador, mas, de acordo com a lei, ele deveria se casar. Sabendo disso, ele resolveu fazer uma "disputa" entre as moças da corte ou quem quer que se achasse digna de sua proposta.
No dia seguinte, o príncipe anunciou que receberia, numa celebração especial, todas as pretendentes e lançaria um desafio. Uma velha senhora, serva do palácio há muitos anos, ouvindo os comentários sobre os preparativos, sentiu uma leve tristeza, pois sabia que sua jovem filha nutria um sentimento de profundo amor pelo príncipe.
Ao chegar em casa e relatar o fato a jovem, espantou-se ao saber que ela pretendia ir à celebração, e indagou incrédula:
- Minha filha, o que você fará lá? Estarão presentes todas as mais belas e ricas moças da corte. Tire esta ideia insensata da cabeça; eu sei que você deve estar sofrendo, mas não torne o sofrimento uma loucura.
E a filha respondeu:
Não, querida mãe, não estou sofrendo e muito menos louca, eu sei que jamais poderei ser a escolhida, mas é minha oportunidade de ficar pelo menos alguns momentos perto do príncipe, isto já me torna feliz.
À noite, a jovem chegou ao palácio. Lá estavam, de fato, todas as mais belas moças, com as mais belas roupas, com as mais belas jóias e com as mais determinadas intenções. Então, inicialmente, o príncipe anunciou o desafio:
Darei a cada uma de vocês, uma semente. Aquela que, dentro de seis meses, me trouxer a mais bela flor, será escolhida minha esposa e futura imperatriz da China.
A proposta do príncipe não fugiu as profundas tradições daquele povo, que valorizava muito a especialidade de "cultivar" algo, sejam costumes, amizades, relacionamentos, etc... O tempo passou e a doce jovem, como não tinha muita habilidade nas artes da jardinagem, cuidava com muita paciência e ternura a sua semente, pois sabia que se a beleza da flor surgisse na mesma extensão de seu amor, ela não precisava se preocupar com o resultado. Passaram-se três meses e nada surgiu. A jovem tudo tentara, usara de todos os métodos que conhecia, mas nada havia nascido.
Dia após dia ela percebia cada vez mais longe o seu sonho, mas cada vez mais profundo o seu amor. Por fim, os seis meses haviam passado e nada havia brotado. Consciente do seu esforço e dedicação a moça comunicou a sua mãe que, independente das circunstâncias retornaria ao palácio, na data e hora combinadas, pois não pretendia nada além de mais alguns momentos na companhia do príncipe. Na hora marcada estava lá, com seu vaso vazio, bem como todas as outras pretendentes, cada uma com uma flor mais bela do que a outra, das mais variadas formas e cores. Ela estava admirada, nunca havia presenciado tão bela cena.
Finalmente chega o momento esperado e o príncipe observa cada uma das pretendentes com muito cuidado e atenção. Após passar por todas, uma a uma, ele anuncia o resultado e indica a bela jovem como sua futura esposa. As pessoas presentes tiveram as mais inesperadas reações. Ninguém compreendeu porque ele havia escolhido justamente aquela que nada havia cultivado. Então, calmamente o príncipe esclareceu:
- Esta foi a única que cultivou a flor que a tornou digna de se tornar uma imperatriz. A flor da honestidade, pois todas as sementes que entreguei eram estéreis.
Se para vencer, estiver em jogo a sua honestidade, perca. Você será sempre um Vencedor.
Autor desconhecido

Pedro e seu machado
Pedro, um lenhador, após um grande trabalho em uma área de desmatamento, se viu desempregado. Após tanto tempo cortando árvores, entrou no corte! A madeireira precisou reduzir custos...
Saiu, então, à procura de nova oportunidade de trabalho. Seu tipo físico, porém, muito franzino, fugia completamente do biotipo de um lenhador. Além disso, o machado que carregava era desproporcional ao seu tamanho. Aqueles que conheciam Pedro, entretanto, julgavam-no um ótimo profissional.
Em suas andanças, Pedro chegou a uma área reflorestada que estava começando a ser desmatada. Apresentou-se ao capataz da madeireira como um lenhador experiente. E ele o era! O capataz, após um breve olhar ao tipo miúdo do Pedro e, com aquele semblante de selecionador implacável, foi dizendo que precisava de pessoas capazes de derrubar grandes árvores, e não de "catadores de gravetos".
Pedro, necessitando do emprego, insistiu. Pediu que lhe fosse dada uma oportunidade para demonstrar sua capacidade. Afinal, ele era um profissional experiente! Com relutância, o capataz resolveu levar Pedro à área de desmatamento. E só fez isso pensando que Pedro fosse servir de chacota aos demais lenhadores. Afinal, ele era um fracote...
Sob os olhares dos demais lenhadores, Pedro se postou frente a uma árvore de grande porte e, com o grito de "madeira", deu uma machadada tão violenta que a árvore caiu logo no primeiro golpe. Todos ficaram atônitos!
Como era possível tão grande habilidade e que força descomunal era essa, que conseguira derrubar aquela grande árvore numa só machadada? Logicamente, Pedro foi admitido na madeireira. Seu trabalho era elogiado por todos, principalmente pelo patrão, que via em Pedro uma fonte adicional de receita.
O tempo foi passando e, gradativamente, Pedro foi reduzindo a quantidade de árvores que derrubava. O fato era incompreensível, uma vez que Pedro estava se esforçando cada vez mais.
Um dia, Pedro se nivelou aos demais. Dias depois, encontrava-se entre os lenhadores que menos produziam... O capataz que, apesar da sua rudeza, era um homem vivido, chamou Pedro e o questionou sobre o que estava ocorrendo. "Não sei", respondeu Pedro, "nunca me esforcei tanto e, apesar disso, minha produção está decaindo".
O capataz pediu, então, que Pedro lhe mostrasse o seu machado. Quando o recebeu, notando que ele estava cheio de "dentes" e sem o "fio de corte", perguntou ao Pedro: "Por que você não afiou o machado?".
Pedro, surpreso, respondeu que estava trabalhando muito e por isso não tinha tido tempo de afiar a sua ferramenta de trabalho. O capataz ordenou que Pedro ficasse no acampamento e amolasse seu machado. Só depois disso ele poderia voltar ao trabalho. Pedro fez o que lhe foi mandado.
Quando retornou à floresta, percebeu que tinha voltado à forma antiga conseguia derrubar as árvores com uma só machadada.
A lição que Pedro recebeu cái como uma luva sobre muitos de nós, preocupados em executar nosso trabalho ou, pior ainda, julgando que já sabemos tudo o que é preciso, deixamos de "amolar o nosso machado", ou seja, deixamos de atualizar nossos conhecimentos.
Sem saber por que, vamos perdendo posições em nossas empresas ou nos deixando superar pelos outros. Em outras palavras, perdemos a nossa potencialidade.
Muitos avaliam a experiência que possuem pelos anos em que se dedicam àquilo que fazem. Se isso fosse verdade, aquele funcionário que aprendeu, em 15 minutos, a carimbar os documentos que lhe chegam às mãos, depois de 10 anos na mesma atividade poderia dizer que tem 10 anos de experiência. Na realidade, tem 15 minutos de experiência repetida durante dez anos.
A experiência não é a repetição monótona do mesmo trabalho, e sim a busca incessante de novas soluções, tendo coragem de correr riscos que possam surgir. É "perder tempo" para afiar o nosso machado.
Autor desconhecido



quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Sem escrúpulos

No vice-versa da vida,
No caminhar da lida,
É bom ou ruim.
Embora se queira
Caminhar na ribeira
Não se sabe o fim.

Conquistas, derrotas
Assim é a rota,
Quem sabe o porvir?
Conhece as veredas?
Se na incerteza
Define onde ir.

Não penses que voa,
Teus atos ecoam
No espaço que estás,
São teus semelhantes
E por vários instantes
Seus sonhos desfazes.

Vida vazia
Que segue nas vias
Da fome feroz
E para saciá-la
Segue uma escala
Se tornando em algoz.

Ages nas trevas
Quantos atos encerras
Em trêmitos profundos?
Com os teus compassas
Nas mesmas trapaças
Na subtração de mundos.


domingo, 16 de abril de 2017

INCONFIDÊNCIA MINEIRA - TEATRO

INCOFIDENCIA MINEIRA – TEATRO
POR: Joao Lazaro Epifânio

NARRADOR: Joaquim Jose da Silva Xavier, o Tiradentes, nasceu em 1746, em Minas Gerais. Ficou órfão ainda criança e criado por seu padrinho, um cirurgião dentista com o qual aprendeu o oficio. Quando jovem fez parte da 6ª Companhia de Dragões de minas Gerais, onde ocupou o posto de Alferes, o que hoje corresponde ao posto de 2º tenente. Foi um dos integrantes da Inconfidência mineira – movimento embasado nas ideias revolucionárias vindas da França e dos Estados Unidos, a partir das teorias iluministas que pregavam Liberdade, a igualdade e a Fraternidade entre os povos. No Brasil seus adeptos pretendiam tornar a colônia uma república independente de Portugal, devido as leis repressivas que obrigavam os colonos (brasileiros) a pagar altos impostos e sem direito de comercializar o que produziam. O movimento reuniu um grupo de intelectuais, comerciantes, religiosos, militares e mineradores. Em suas reuniões decidiram que o pode no dia em que fosse realizada a “derrama” – cobrança forçada dos impostos atrasados equivalentes a um quinto (20%), de todo ouro extraído em Minas Gerais que seria destinado a rainha de Portugal. Mas, quando tudo estava preparado para iniciar a rebelião um dos integrantes do movimento – Joaquim Silvério dos Reis – decidiu denunciar todos ao governo da província, com o qual tinha dívidas.
Primeira Cena
JOAQUIM SILVÉRIO DOS REIS (vai ao governador e delata o movimento): Senhor Governador, estão organizando uma rebelião para proclamar uma república aqui em Minas Gerais.
GOVERNADOR: Quem são esses rebeldes Joaquim? Como foi que você soube disso? Você também faz parte dessa conspiração?
JOAQUIM: Não senhor, de forma alguma. Eu fiquei sabendo de tudo porque eles tentaram me convencer a participar, aí eu aproveitei para fingir que estaca interessado. Então eles me contaram tudo, inclusive disseram que o levante será no dia da “derrama” que eles chamam de “Batizado”.
GOVERNADOR: Olha, eu quero saber tudo sobre esses infames: nomes, onde moram... E você, volte para o meio deles e consiga mais informações. Finja que que também é um deles.
JOAQUIM: Sim senhor, excelência, pode deixar que, eles não vão desconfiar.
GOVERNADOR (quando Joaquim sai): Capitão, fique de olho nesse sujeito, tenho certeza que ele também está envolvido nisso. Organize a guarda, bote todos de prontidão, eu vou mandar suspender a “derrama”, assim podemos pegar esses traidores de surpresa.
Segunda Cena
ENTRA A REPORTAGEM COM A NOTICIA (PLANTÃO DE NOTICIAS)
REPORTER: Atenção! Acaba de ser deflagrada uma conspiração em Minas Gerais. Um grupo de pessoas da mais alta classe social da região das minas, estavam conspirando contra a rainha de Portugal, D. Maria I, com o propósito de proclamar uma república nas Minas Gerais, sob a alegação e que a cobrança de impostos é ilegal. Todos deverão ser presos nos próximos dias, pois a guarda está sendo mobilizada, por ordem do governador, todos os conspiradores. Segundo informações de moradores, o grupo é formado por poetas, comerciantes, mineradores e até religiosos fazem parte.
NARRADOR: Todos os envolvidos com a conspiração mineira foram pesos pela companhia de dragões da Minas Gerais. Principalmente os autores intelectuais do movimento. Joaquim Jose da Silva Xavier – o Tiradentes – era uma espécie de mensageiros dos rebeldes e, estava a cominho do Rio de Janeiro, em busca de apoio para a rebelião, quando foi preso.
TEMPOS DEPOIS (TRES ANOS) TIRADENTES FIO JULGADO
JUIZ: Atenção! O réu, Joaquim Jose da Silva Xavier, mais conhecido pela acunha de Tiradentes, foi considerado culpado, por ter sido responsável pela divulgação das ideias da conspiração. Será condenado a forca. Seu corpo será esquartejado e colocado nos quatro cantos da cidade. Sua cabeça será pendurada em poste no lugar mais movimentado da cidade. Os outros conspiradores foram julgados e perdoados para rainha sendo que alguns vã para degredo na África. Registre-se e cumpra-se em nome de sua Majestade, a Rainha de Portugal.
APRESENTADOR: As pessoas presas, acusadas da conspiração e de tramar uma rebelião contra a Coroa Portuguesa, acabaram de ser julgadas. A repórter ____________ está lá e tem mais informações, ao vivo, sobre o julgamento: (nome da repórter) como foi o julgamento aí dos acusados:
REPORTER: (nome do apresentador) O julgamento acabou neste momento. O juiz acabou de ler a sentença. Dos 34 acusados alguns foram condenados ao degredo, na África, ou seja, expulsos do Brasil, outros condenados a forca, mas há fortes indícios, segundo informações aqui do próprio tribunal, que o julgamento foi uma farsa. Há 2 anos, a rainha D. Maria I, assinou um documento recomendando o perdão dos que apenas participaram das reuniões e o degredo para os que tiveram participação ativa na conspiração. A verdade é que o único que realmente foi condenado a forca foi Joaquim Jose da Silva Xavier – o Tiradentes. Dizem que foi pelo fato de ser o menos importantes de todos. Ele foi abandonado a acusados por todos os envolvidos na conspiração e, como se viu sozinho, resolveu assumir, também sozinho, toda culpa. Ele também foi acusado de tentar conquistar novos adeptos para o movimento. Seu enforcamento foi marcado para o dia 21 de abril de 1792, no Rio de Janeiro.
Terceira Cena
NO DIA DO ENFORCAMENTO (21 DE ABRIL DE 1792)
APRESENTADOR: Atenção! Temos informação de que neste momento está acontecendo a execução de Tiradentes no rio de Janeira. O palco da morte já foi preparado e Tiradentes está sendo conduzido ao ato fúnebre e uma grande multidão assiste perplexa, a execução daquele já considerado o marte da inconfidência e, lá está o repórter _______ que vai nós mostrar como está sendo realizado o ato da execução, que é o enforcamento de Tiradentes. (Nome do repórter).
REPORTER: Bom dia a todos. Neste momento Tiradentes está sendo conduzido a forca acompanhado dos soldados e de um padre, que irá ministrar o sacramento da extrema unção para que o réu possa ser enforcado. Uma grande multidão assiste a tudo. Uns contra e uma visível maioria a favor. O ato é extremo e cruel, mas o réu parece calmo. O laço da forca já está amarrado. Tiradentes se prepara para ser executado. Muita gente está observando com bastante curiosidade.
PADRE: Que Deus tenha misericórdia desta pobre alma e a conduza ao reino dos céus. Em nome de Patre, Filhe Espítit Sant Amem.
NARRADOR: O carrasco coloca a corda no pescoço de Tiradentes e o executa.
NARRADOR: Na manhã de 21 de abril de 1792, Tiradentes foi enforcado.
VOLTA O PLANTÃO DE NOTICIAS
REPORTER: Depois de enforcado Tiradentes terá o corpo esquartejado e a cabeça decapada. Cada parte do seu corpo será colocado nos quatro cantos da cidade de Vila Rica e sus cabeça desfilará pelas ruas da cidade e, depois será colocada em lugar público, para servir de exemplo para os que se atreverem a conspirar contra a coroa portuguesa. Sua será queimada e salgada para que nada possa nascer naquele local.  FIM