REFLEXÕES
SOBRE CONHECER E EXPLICAR OS FENÔMENOS
Por: Joao Lazaro
Epifânio
O
conhecimento se constrói e se reconstrói a medida que a sociedade se transforma
e evolui, do ponta de vista tecnológico, cultural, econômico, ideológico etc.
As transformações fazem surgir novas necessidades e estas precisam ser satisfeitas,
em função das exigências da sociedade a partir de uma matriz intelectual, no
contexto das produções humanas. Sofismando o homem tenta explicar, como forma
de dá satisfação as exigências intelectuais, á inaplicabilidade dos fenômenos.
O
conhecimento humano busca dar explicações sobre o que já passou, pois só é
possível conhecer o que já ocorreu, e o que passou é estático, não se pode
mudar nem explicar em toda sua profundidade, por isso é superficial, incompleto.
O presente é dinâmico, está em constante transformação e não é possível
conhece-lo em sua essência e o futuro ainda nem chegou, é imprevisível, não é
possível conhece-lo e nem tampouco explicá-lo, apenas prevê-lo, hipoteticamente
e, as previsões nem sempre se confirmam e, portanto são refutáveis e, em última
instancia, inexplicáveis.
Nesse
sentido o conhecimento é vago, se baseia no que já passou a partir de uma
matriz metodológica e procedimental, numa escala limitada e esgotável para o
ser humano, ao passo que suas limitações se confirmam quando descobre que o
conhecimento extraído do objeto é, por vias da capacidade humana, limitado,
visto que segue um padrão metodológico e conceitual regido pela ciência como
regra básica para os procedimentos de produção do conhecimento.
Seguindo
essa ótica, não é difícil entender que as explicações sobre os seres vivos é
ainda mais vaga, pois a imprevisibilidade destes torna o conhecimento ainda
mais limitado. Isso ocorre pelo dinamismo que lhes é nato: as verdades de hoje
não servem para a amanhã, pelo fato de que o processo mutável de transformação
é incessante. Estão em constante processo de transformação, seja físico,
mental, biológico, psicológico, psíquico, comportamental em fim, não é possível
conhecê-lo em toda a sua complexidade exterior e interior, principalmente
interior, devido suas características instáveis. Daí a inviabilidade da
tecedura de uma explicação totalmente plausível e cabal, principalmente por
seguir um rigor científico procedimental.
Sendo
assim, o explicável é na verdade inexplicável por não satisfazer as
inquietações e indagações que povoam a mente humana, nem tampouco fornecer
totalmente todas as informações do objeto, sujeito ou fenômeno. A capacidade do
homem em explicar os fenômenos não atinge a amplitude dos questionamentos que
emergem da curiosidade humana. O desejo de satisfação perpassa a capacidade do
homem de formular perguntas e dá respostas cabais. Surge então uma nova dúvida
que, por sua vez, formula novas perguntas e, com estas, surge a necessidade da
busca de novas respostas.
Sob
essa ótica, é cabível afirmar que nem as ciências físicas nem as ciências sociais
conseguem alcançar explicações totalmente plausíveis que possam garantir o
conhecimento pleno de um fenômeno, seja ele físico ou social, principalmente o
social, pois este é mais dinâmico que o físico e está em constante processo de
transformação. Se observarmos a relação entre os conhecimentos produzidos pela
ciência e os fenômenos físicos e sociais identificamos algumas dicotomias. Isso
ocorre em função das limitações humanas em entender e explicar a essência do
objeto ou mesmo o seu comportamento e/ou funcionamento de todos os seus processos.
Percebe-se
que as contradições entre as explicações cientificas e o conhecimento empírico
tem pouca discrepância, visto que as experiências e as observações caminham na
mesma direção. A diferença é que o conhecimento cientifico baseia-se no
experimento, enquanto que o conhecimento empírico baseia-se na observação e na experiência.
Porém, o conhecimento cientifico depende do empírico e este da experiência, que
por sua vez, constrói a sabedoria popular. Alguns falseamentos do conhecimento
empírico dar-se pela falta de observação dos postulados que envolve o objeto do
conhecimento. Já o conhecimento científico se preocupa com a observação e
experimentação cuidadosa e minuciosa dos postulados que governam os fenômenos.
Assim
o conhecimento cientifico, fornece as explicações dos fenômenos a partir de uma
rigorosa e minuciosa análise do objeto de conhecimento, com o mais alto grau
possível de objetividade, visando desvencilhar-se de qualquer vínculo
subjetivo, norteado pela imparcialidade. Portanto, as explicações dos fenômenos
não são absolutas, dependem de antecipações intuitivas e/ou dedutivas,
observação, experimento para então extrair o conhecimento e, este conhecimento
extraído, tendo em vista os resquícios da subjetividade e das limitações da
capacidade humana em atingir o conhecimento pleno é, na maioria das vezes,
superficial. Isso em função do imbricamento das partes que formam o todo, não
dando margem para que se chegue a sua essência ou essências, pois cada objeto
de conhecimento é composto por uma complexidade de elementos com funções
especificas no funcionamento do organismo.
Portanto,
o conhecimento é construído e reconstruído para satisfazer as exigências das
indagações da sociedade a partir das transformações desta dentro de um
contexto, visando não destoar o conhecimento das transformações sociais,
ideológicas, políticas, culturais, econômicas, avanços tecnológicos e
conceituais frente as demandas que emergem em todas as áreas da atuação humana.
É
diante disso que se aprofundam a busca pelo conhecimento numa perspectiva de
promover o incentivo a novas pesquisas. Tal conhecimento é compartilhado na
internet, na televisão – na forma de comerciais, propaganda, revistas,
periódicos, artigos, livros, e-books etc. – para que a sociedade tenha acesso.
Assim,
as informações atendem aos interesses de grupos específicos, geralmente
oligarquias com influência nas principais instituições e órgãos estatais, cada
um utilizando-se de discursos que representem a ideologia da instituição
constituindo-se, dessa forma, numa prática capitalista da informação.
Nesse
ínterim, as pesquisas trouxeram grande contribuição às explicações de fenômenos
até então ainda obscuros, ampliando os conhecimentos sobre os mais variados
aspectos físicos e sociais. Porém, ainda longe de se esgotar, as explicações
para a maioria dos fenômenos ainda são vagas, inexplicáveis, não conhecível,
dada as limitações da capacidade humana em entender, por isso sofismam tendo em
vista que as explicações não são cabalmente plausíveis e, portanto,
inconclusivas e inexplicáveis na complexidade do objeto de conhecimento.