domingo, 10 de janeiro de 2016

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE O COMPORTAMENTO HUMANO

Neste artigo busco fazer uma abordar sobre o comportamento humano diante das inovações tecnologias e do ponto vista atual. Considerado como a expressão da ação dos indivíduos em determinadas situações, o comportamento humano é condicionado pelo meio em que as pessoas vivem. É nesse meio que ocorrem alterações no comportamento a partir das relações sociais, dos fatores internos e externos, das experiências, do convívio social e familiar, das crenças, da personalidade e da cultura, este último construído no seio familiar e nas relações sociais bem como na educação que teve (tem) cada indivíduo.
Tal comportamento, ou seja, a ação expressa do indivíduo diante de certas situações afeta a vida de outros indivíduos atraves da ação projetada aos que estão ao redor. O comportamento varia de pessoa para pessoa e sua origem pode estar nas relações familiares (exemplos de pais, irmãos, parentes), no contato com outros grupos, na forma de vida ou em situações de violência, desejos reprimidos e condutas não aceitas pela sociedade e/ou família. Assim, o comportamento descreve a ação que cada indivíduo realiza no meio onde vive e com relação as demais pessoas.
Todas as possíveis alterações no comportamento, sejam elas provocadas pelos mais diversos fatores, geram consequências positivas ou negativas, sendo que cada comportamento tem uma origem, pois foi condicionado por uma situação interna ou externa vivenciada. O fato de o comportamento humano ser construído ao longo da vida dos indivíduos (pois ninguém nasce com um comportamento já formado e definitivo que não possa ser alterado ou mudado) descarta a ideia da hereditariedade e reforça a influência do meio em que o indivíduo se desenvolve, se “educa”, vive e convive (a cultura) os processos mentais psicológicos e biológicos, as experiências, as relações (a personalidade) e os papeis sociais que desempenha.
Considerando que o comportamento é determinado, principalmente, pelos processos acima citados, como então explicar o comportamento de um indivíduo que decidiu viver sozinho se relacionando apenas com a natureza ao seu redor? Em se comparando com outro indivíduo que vive em sociedade teríamos, então, que buscar explicações em fatores presentes no meio, como os estímulos por exemplo, em que cada indivíduo vive. 
Estudos psicológicos como os de John Broadus Watson, (1878-1958), considerado o pai do Comportamentalismo (behaviorismo), considera a importância dos fatores do meio ambiente como responsáveis pela determinação de todo o comportamento humano, sendo que a aprendizagem era o resultado daquilo que o indivíduo designava como hábito. Os estudos de Watson tiveram como base as teorias de Pavlov (1849-1936), sobre o conceito de Condicionamento Clássico. Nesses estudos Pavlov, observou que os cães não salivavam apenas quando a comida era colocada em sua boca, mas também quando haviam estímulos que antecediam o ato da refeição, como por exemplo salivavam quando ouviam Pavlov descendo as escadas, ou seja, os cães associavam os passos de Pavlov a comida que recebiam dele. Isso reforça a tese do meio ambiente ter grande influência na formação do comportamento.
Apesar desses estudos pioneiros de Pavlov e Watson sobre o comportamento humano quem criou os princípios de grande parte da abordagem comportamental o foi psicólogo americano Skinner (1953), com seus estudos com ratos que lhe permitiu criar o sistema do condicionamento operante, onde explica que quando um comportamento é seguido de um reforço positivo o comportamento tende a se repetir. Esses estudos foram seguidos por Wolpe (1958), em seus trabalhos na África do Sul os quais foram responsáveis por uma série de métodos comportamentais de tratamento atualmente utilizados em terapia comportamental que tiveram origem em Watson, Pavlov (condicionamento clássico) e em Skinner e Wolpe (condicionamento operante). Para Wolpe o indivíduo aprende através da imitação, observação e da reprodução do comportamento dos outros em situações sociais. Porém, os defensores do condicionamento operante fazem uma crítica ao behaviorismo pelo fato de que essa tese desconsidera os fatores genéticos como também determinantes do comportamento.
Considerando as normas, os critérios que estabelecem os padrões e modelos sociais, aceitos socialmente e construídos culturalmente, há comportamentos considerados adequados e comportamentos considerados inadequados. Com o fim de modificar um comportamento inadequado Lazarus (1958), criou a terapêutica, que são um conjunto de princípios com origem na teoria da aprendizagem (a teoria da aprendizagem, em Psicologia e Educação, são os estágios hierárquicos que explicam o desenvolvimento humano: sensório-motor, pré-operatório, operatório-concreto e operatório-formal tendo como principais teórico Piaget e Vygotsky). Associada a psicologia clínica a terapêutica é praticada, principalmente em hospitais e consultórios particulares tendo como objetivo central modificar um comportamento inadequado, ouse seja, o indivíduo que apresenta comportamento fora dos padrões ou norma comum aos demais membros da sociedade tanto em termos mentais ou sociais. A avaliação do comportamento humano tem características próprias as quais permitem diagnosticar os problemas comportamentais e, consequentemente os procedimentos para o possível tratamento do indivíduo.
Diante das mudanças, inovações tecnológicas, avanços científicos, mudanças ideológicas, novos sistemas de informação e comunicação e de novas invenções que buscam facilitar o dia-a-dia das pessoas é necessário que haja mudanças no comportamento para que seja possível se ajustar a nova realidade. Tais mudanças alteram o comportamento humano, uns se acham mais livres, outros presos as tradições, enfim, cada um constrói a sua própria visão do mundo e das pessoas.
Comenta-se que Sigmund Freud (1853), o pai da psicanálise, proferiu o seguinte: "Quando Pedro me fala de Paulo, sei mais de Pedro do que de Paulo". O significado dessa frase é muito importante, do ponto vista da psicologia, para entender o comportamento humano pelo fato de que cada indivíduo revela algo de si mesmo daquilo que identifica no outro, ou seja, a pessoa com algum hábito ou sob influencias familiares, sociais, culturais, educacionais e ambientais que contribua para a formação de comportamento considerado “inadequado” para a sociedade ver os outros a partir de si, consegue expressar o que sente e o que é na figura do outro.
Assim, consciente ou inconscientemente acaba projetando no outro aquilo que está em si, revela através do outro suas experiências e educação que teve formando ideias, imagens e conceitos provenientes da sua visão de mundo formada ao longo de sua vida conforme os fatores internos e externos. Dessa forma, quando fala do outro, ou das pessoas, projeta essa visão que tem do mundo, isto é, as ideias, os conceitos e as imagens que formou, nas outras pessoas.
A opinião sobre uma pessoa é formada no momento que a vemos ou com alguns minutos de conversa. Essa visão se forma com base nos fatores externos que o indivíduo apresenta: são a aparência, o aspecto físico, a cor da pele, tipo de roupa que usa, a forma como se locomove, o cabelo, estatura, o jeito de se expressar. Podemos citar também da pessoa, que formou a opinião do outro, aspectos como, mente desocupada, situação financeira, estética, sensação de infelicidade, desejos reprimidos, algo que não conseguiu realizar por algum motivo que servem para ela pessoa formar suas primeiras impressões do outro. A forma como falamos dos outros ou que “julgamos” uma pessoa está imbricada com o nosso jeito de ser, ou seja, se a pessoa que fala apresenta algum aspecto de comportamento inadequado, pessimismo, qualidades negativas, se pratica coisas ilícitas e se tem uma mente poluída vai falar das outras pessoas aquilo que é: coisas negativas, disseminar o ódio, difamar, ofender a honra, caluniar e coisas inexistentes que possam atingir a (s) outra (s) pessoa (s), fala com base nas circunstancias em que vive. Isso se deve também ao momento em que a pessoa vive se ela está feliz não tem necessidade de prejudicar ninguém com críticas e analises infundadas, mas ao contrário seu pensamento está condicionado ao momento que vive.
Atualmente a carga de informação que as pessoas recebem é imensa. Nos meios de comunicação e informação há todo tipo de conteúdo através dos quais a pessoa pode obter infinitos elementos para condicionar seu comportamento. É possível acessar e divulgar os mais variados temas sobre coisas, objetos, animais, moda, cultura, culinária, sexo, pessoas entre outros e, através de tais informações é possível construir ou reproduzir conhecimentos que podem ser usados tanto para o bem quanto para o mal.
De acordo com a sabedoria popular as pessoas falam mal dos outros com a finalidade de se sentirem melhor de suas próprias inseguranças, buscam os pontos fracos, defeitos e falhas, com o intuito de comentar, criticar, difamar para tirar o foco dos seus próprios defeitos. Infelizmente esse tipo de comportamento está condicionado na forma de pensar e agir de muita gente, está impregnado na sociedade. Com o evento das redes sociais e os aplicativos para smartphone, como o WhatsApp por exemplo, as pessoas propensas as análises da “vida alheia” encontraram um terreno fértil para fazer comentários maldosos, denegrir a imagem, ofender a honra e até criar versões inverídicas do comportamento de outros indivíduos.
Os crimes cibernéticos, cometidos por grupos de pessoas que compartilham mensagens, montagens e fotos, criam inúmeros perfis para disseminar o ódio contra famílias e/ou indivíduos sem nenhuma preocupação com o que estão causando, mas é fundamental saber que tais pessoas, que assim se comportam, estão vivendo sua própria essência, estão falando delas mesmas o que uma pessoa diz sobre outra, nos aspectos acima citados, é a realidade em que ela própria vive, assim, somos imunes as críticas. Porém, outro fato agravante desses absurdos é que conseguem formar opiniões, também de pessoas com o mesmo perfil, e alheias a tal situação, ou seja, as pessoas que caluniam têm plateia.
No entanto, os avanços tecnológicos e científicos foram sem dúvidas muito significativos em todos os âmbitos da sociedade e para o ser humano, principalmente para a informação e comunicação trazendo inúmeras conquistas e possibilidades para o crescimento e desenvolvimento dos indivíduos.
Como vimos, o comportamento humano é condicionado pelas influências familiares, sociais, culturais, educacionais e ambientais e pode mudar conforme o momento. Os fatores determinantes do comportamento criam princípios, conceitos, imagens e opiniões nas pessoas em relação as outras. Os estímulos criam hábitos, ou seja, comportamentos que se repetem a partir de um reforço positivo como vimos em Wolpe.

No mundo atual os estímulos ocorrem com muito mais frequência do que a décadas anteriores, daí o comportamento é condicionado pela imitação e repetição de inúmeros fatores presentes na realidade.  Dessa forma, podemos concluir que o comportamento humano é condicionado pelo meio ambiente e pelos fatores existentes nesse meio, bem como os momentos vividos pelos indivíduos por ele (o meio) proporcionados. Porém, as influências das inovações tecnológicas são também determinantes na formação do comportamento, uma vez que modificou as relações humanas e diante de tais inovações o comportamento humano, ficou um pouco distante, restrito e impessoal resultado dos estereótipos criados pela mídia, pois as tecnologias marcam inevitavelmente a cultura criando uma dimensão virtual da realidade e, consequentemente o condicionamento do comportamento humano. 
Joao L.Epifanio 

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

7 DE SETEMBRO, DATA DA INDEPENDENCIA

A independência do Brasil foi proclamada no dia 7 de setembro do ano de 1822, o que assegurou a emancipação da ex-colônia portuguesa. D. Pedro foi aclamado o primeiro imperador do Brasil, com o título de D. Pedro I, sendo coroado no dia 1º de dezembro do mesmo ano.
Foram várias as causas da Independência do Brasil. Como fatores principais destacamos o Bloqueio Continental, a vinda da família real para o Brasil que o transformou em Reino Unido de Portugal e Algarves, a abertura dos portos brasileiros às nações amigas, a Revolução Liberal do Porto que pretendia derrubar a administração inglesa em Portugal, recolonizar o Brasil, promover a volta de D. João VI e elaborar uma Constituição.
No Brasil a situação era própria, a superação do pacto colonial interessava a principal classe dominante que era a aristocracia agrária, que via nisso a possibilidade de se ver livre definitivamente dos monopólios metropolitanos. No dia 7 de março de 1821, D. João anunciou sua partida, e através de um decreto, atribuiu a D. Pedro a regência do Brasil.
Porém, a insistência das Cortes para que D. Pedro voltasse a Portugal despertou atitudes de resistência no Brasil. No dia 9 de janeiro de 1822, foi entregue ao Príncipe Regente uma petição solicitando que não abandonasse o Brasil. Cedendo às pressões D. Pedro respondeu: "Como é para o bem de todos e felicidade geral da Nação, estou pronto. Diga ao povo que fico. O Dia do Fico era mais um passo para a independência do Brasil.
No dia 7 de setembro de 1822, D. Pedro se encontrava às margens do riacho Ipiranga em São Paulo, quando recebeu os últimos decretos de Lisboa, um dos quais o sujeitava às autoridades das Cortes. Essa atitude o conduziu a dizer que estavam cortados os laços que uniam o Brasil a Portugal, daquele momento em diante, Independência ou Morte seria o lema de todos os brasileiros. No dia 12 de outubro do mesmo ano, D. Pedro foi aclamado como o primeiro imperador do Brasil, com o título de D. Pedro I.

No entanto, o episódio do 7 de setembro não tem despertado, em toda nação no seu conjunto, o verdadeiro significado que é o sentimento de liberdade, de amor à Pátria, de sentimento cívico, de pertencimento à nação, de cumprimento do dever, longe de ser ufanista, é formador de caráter, embora essas noções tenham ganhado novas conotações. E isso está fazendo falta. Se não há uma relação direta pelo menos indireta em que somos forçosamente levados a pensar bem da Pátria, de forma crítica e reflexiva, sobre o país que temos e o que queremos construir. 
Passados mais de 5 séculos ainda não conquistamos a independência em quase nenhum de seus sentidos. As ações da elite para manter os privilégios tem sido a tônica do processo politico brasileiro. As principais mudanças de regime, de sistema politico, de concepções ideológicas entre outras ocorreram de cima para baixo. A independência e demais transformações ocorridas no Brasil foram arranjos entre as elites, sempre no sentido de alimentar a permanência, manter o jugo opressivo sobre a população que nunca teve uma participação expressiva nas principais decisões do país. Atualmente, vivemos uma das piores fases da nossa história, fruto da herança arcaica dos privilégios, da permissividade, da gatunagem exacerbada, do logro e dos atos desumanos de dominação e opressão.
Fonte pesquisada: Wikipédia, enciclopédia livre da internet.

terça-feira, 16 de junho de 2015

O PODER E SUAS MAZELAS

Nos vindos do século XXI, onde convencionou-se chamar de mundo moderno ou modernidade, em função das constantes e rápidas transformações, sobretudo no âmbito tecnológico e no campo das ciências causando impactos em todos os setores da sociedade, nas estruturas de governo, na economia, na cultura e nas relações humanas em todos os seus aspectos. Isso abriu espaço para novos processo, maior participação e ampliação dos espaços democráticos, de novos conhecimentos, novas áreas de atuação e novas concepções e conceitos sobre liberdade, igualdade, tolerância e respeito às diferenças e da defesa dos princípios da democracia.  
Quase tudo evoluiu: as comunicações, as informações, novos conhecimentos foram construídos e outros aperfeiçoados, várias descobertas sobre fenômenos físicos, químicos, sociais, avanço na cultura, na arte, na medicina, enfim, são inúmeras as mudanças e transformações que ocorreram nesse limiar do século XXI.
Sabe-se que o mundo atual é o resultado de um acumulo de conhecimentos gerados a partir das experiências humanas ao longo da história. Porém, mesmo diante de todo esse desenvolvimento técnico-cientifico nem tudo evoluiu, as velhas estruturas continuaram fazendo parte da mentalidade e das ações dos que ostentam poder, principalmente no aspecto político que é a principal mazela da sociedade, fruto de uma herança maldita da época do período colonial e anterior.
A herança imbricada na mentalidade arcaica de uma parcela da sociedade insiste em reclamar privilégios, pois tem como certa a impunidade, se acham intocáveis, donos de tudo, podem tudo, inclusive submeter os de classes menos favorecida aos seus caprichos, vontades e desejos. 
No campo político-econômico quase nada mudou, os métodos de escravizar, negar, subverter e oprimir permaneceram, talvez a forma de os aplicar tenha sido reformulada, pois à tortura física foi adicionada a psicológica, a da desonra e a do medo. Infelizmente, essa ainda é a realidade de muitas regiões do Brasil e do mundo, onde impera a vontade dos que estão ou dentem o poder político e econômico.
O coronelismo ainda é uma prática de flagrante atualidade. A inescrupulosidade dos que praticam a gatunagem é terrivelmente imposta, às pessoas com menos recursos e conhecimento, sem nenhum remorso, sem pena nem piedade.
Todos os avanços acima citados não modificaram a forma de pensar e agir dos que se acham com privilégios, muito pelo contrário foram acrescentados novos ingredientes ainda mais fermentadores e viciantes. É ai que o coronelismo encontra terreno fértil para imperar com todas as suas facetas, o discurso “democrático” e a prática anarquista, quando não ditatorial, absolutista e medieval se sobrepõem aos ideais democráticos, de igualdade e liberdade.
A luta pela liberdade e igualdade tornou-se mais intensa e acirrada, os movimentos reacionários têm cada vez menos espaço para suas reivindicações e formas de protesto, são tratados com escárnio, extrema repressão e violência. A lei que afirma a igualdade de todos é mesma que nega essa igualdade que defende, pois, o acesso a liberdade e a igualdade é um caminho longo e árduo e não é acessível a todos.
De acordo com a Revista Brasil, edição de 12/10/2013, “Injustiça e desigualdade são marcas difíceis de arrancar (...)”. De fato, essas marcas, das quais fiz referencias neste texto, não serão apagadas tão cedo, isso ocorre pelo simples fato de que a elite dominante não está interessada em promover mudanças nesses aspectos, pois lhe é conveniente e bom para as estruturas “dinásticas” por eles montada.
Os esforços de alguns são esmagados por outros, muitos que fogem do diálogo, gostam de andar sempre pelos caminhos tortuosos. Os encontros, as conferencias, os fóruns entres outros, vislumbram e privilegiam, ideias fantásticas, textos, cartas e documentos tecidos, a partir dos bastidores, com conteúdo e proposições que buscam grande repercussão e impacto, mas são apenas para impressionar o público e aos meios de comunicação de massa, que a grosso modo, gera notícias e audiência, é uma velha tática, uma espécie de sofismo numa versão mais moderna.
Muita “falação” e pouca ação. A “falação”, ou seja, as promessas são formas de mostrar à sociedade preocupação, boa intenção, de demonstrar que estão atentos aos problemas prementes e a manutenção do poder, enquanto que a “pouca ação” é uma conveniência para a classe dominante. Para ser mais enfático e realista nos reportamos ao voto de cabresto, uma das facetas do coronelismo, bem como o clientelismo que atualmente se disfarçam de “bolsas e sacolões e vales”, afora outras práticas que apontam para o mesmo processo de alienação e o “encurralamento” de parte da sociedade.
Nesse contexto fica evidente a luta da sociedade pela liberdade e igualdade, ou seja, contra a opressão e, em contra partida a luta da elite dominante pela manutenção e preservação dos modelos arcaicos que orienta o sistema servil, da segregação das classes e da manutenção da cultura da desigualdade, da injustiça e da manutenção dos privilégios. Não consideramos que não houve grandes rupturas entre as velhas estruturas do período colonial e as novas concepções e conceitos que orientaram os avanços tecnológicos e científicos responsáveis pelas mudanças iniciadas nos idos do século XX e início do século XXI, no que se refere as formas de dominação, opressão e a manutenção do poder, embora as constantes mudanças sejam muito significativas, necessárias e vitais ao desenvolvimento não mudou as práticas perversas que humilham e desonram a moral, assassina os sonhos e abrevia as expectativas de vidas promissoras.
Vale ressaltar que a regra, para a grande maioria da classe politica, é negar, mentir, prometer... Quando a população tenta esboçar resistência e reagir, os corruptos realizam eventos festivos, convenientes para o desvio de recursos e, a maioria da população, que infelizmente não tem muito conhecimento, pouco informada e resignada, fica contente e, ainda tem alguns que defendem as ações perversas dos "chefes políticos", e outros, os que criticam, são silenciados por dinheiro, recebem valores para ficarem calados. mas o pior de tudo é que muitas pessoas defendem e apoiam a corrupção, a gatunagem, a drenagem dos recursos públicos para as contas dos assaltantes dos cofres públicos. Pior ainda são outros que servem de "laranjas", assim acobertam os crimes e são tão criminosos quantos os que corrompem. 
                                                                                   J.L.Epifanio

Fonte: http://www.redebrasilatual.com.br/revistas/88/avancos-e-mazelas-9552.html.

terça-feira, 21 de abril de 2015

UM POVO E MULTIPLAS CULTURAS



UM POVO E MÚLTIPLAS CULTURAS


A sociedade brasileira é uma síntese da multiplicidade de povos e culturas vindas das mais diversas partes do planeta, por conta do processo de colonização, da migração e dos nativos. Esses múltiplos povos tiveram um papel importante na formação da cultura nacional, no elemento físico, na língua, na religião, nos modos de vida, nas relações sociais e no ideário popular. O resultado de tudo isso é uma riqueza de aspectos e elementos que se harmonizam nas inter-relações expressas nas suas diferenças perceptíveis e sintomáticas no contexto das manifestações culturais que, naturalmente são reveladas na rotina do dia a dia.
Nesse cenário diverso verifica-se que as ideias do eurocentrismo ainda persistem em classificar as culturas como superiores e inferiores, não conseguem aceitar que cada povo desenvolveu seus conhecimentos conforme suas necessidades diante do meio e das condições que esse meio lhes impunha ou exigia. Assim, muitos desses povos que tiveram um papel primordial na formação social e cultural do país, são ignorados ou vistos com escrúpulos.
Negros e indígenas, por terem sidos escravizados, pelo fato de não terem atingido um alto grau de desenvolvimento no âmbito da intelectualidade, indústria bélica, sistema de governo, ideias exacerbadas de acumular bens, de subversão do seu próprio grupo são considerados inferiores e vistos com expurgo pela cúpula que ostenta uma concepção de superioridade recheada de preconceito e discriminação.
Dentro desse cenário adverso e de escarnio, causado pela intolerância e pela incapacidade de convivência pacifica com as diferenças encontram-se os afrodescendentes que após sustentar a ganancia dos conquistadores portugueses ávidos pelos lucros do pau-brasil, da economia canavieira e da mineração com a abolição e com o evento da república foram sistematicamente descartados e excluídos sem nenhum reconhecimento por terem dado o seu sangue e sua vida pela causa dos conquistadores. Os índios, dizimados na sua maioria, são também tidos como inferiores.
O fato de os europeus não terem encontrado no Brasil sociedades evoluídas do ponto de vista do progresso econômico e cientifico, conforme o que entendiam como civilização os nativos foram violentados culturalmente. Viram o seu povo e sua cultura serem colocados numa situação de hierarquia, vistos como bárbaros e selvagens. Isso tudo pelo simples fato de sua identificação com a natureza, por preservá-la, pois dela eram totalmente dependentes.
Seu modo de vida foi motivo de extermínio, de povos depravados, sem pudor vistos com uma proximidade bastante expressiva dos animais. O ponto de vista europeu de civilização, mediante os padrões da religião, do progresso e do sistema político econômico construiu estereótipos que até hoje permanecem incrustados na forma ver, conceber e conviver com os nativos.
Esses estereótipos, culturalmente construídos, a partir de ideias classificatórias de caráter eurocêntrico e, portanto, preconceituosos tem causado grandes males aos povos indígenas que, apesar de sua contribuição para formação social e cultural do Brasil, e em particular da Amazônia, ainda são vistos como selvagens e bárbaros.
Historicamente o Brasil trata mal o seu povo. Trata os diferentes de modo diferente, pois hierarquiza sua sociedade classificando-as como sociedades capazes e sociedades menos evoluída e não capazes, como é o caso de afrodescendentes e indígenas. Na tentativa de corrigir os graves erros cometidos no passado, adota políticas sociais diferentes para povos diferentes o que acentua ainda mais o grau de discriminação e preconceito, quando na verdade deveria existir uma política para o povo brasileiro, pois no mesmo território coexistem povos diferentes com culturas diferentes, mas são partes que formam um só povo que se completam na sua diversidade.

Assim, apesar de ainda haver grande resistência em conviver com a diferença, é possível uma convivência pacifica de forma que todos possam construir e partilhar conhecimentos, atribuir valor e respeito as diferenças.